Brasil
Publicada em 18/07/23 às 08:42h
Desenrola: como aproveitar o programa para fazer uma boa renegociação

Boa Nova FM

 (Foto: Ilustrativa/ Internet)

Noites sem sono e dias angustiantes. Ter uma dívida atrasada mexe com a cabeça de qualquer um. A saúde financeira está diretamente ligada à saúde emocional. Ela impacta no relacionamento com familiares e amigos. E a imensa maioria das pessoas tem vergonha de assumir que tem conta atrasada, praticamente nove em cada dez consumidores segundo levantamento da Serasa.

Muita gente tem o que em economia comportamental chama de “fobia financeira”: medo de pensar no assunto. Quando isso acontece a pessoa se sente travada, ansiosa e tem inclusive sintomas físicos como aumento do suor e do batimento cardíaco.

O problema é que o primeiro passo – e pode parecer óbvio – é vencer esse medo e encarar as contas de frente. É preciso conhecer o orçamento para estipular o quanto vai ser possível comprometer dele com o parcelamento da nova dívida. Esse contato direto com as próprias finanças é fundamental para entender o quanto entra de receita por mês e como o dinheiro vai embora, quais são os gastos.

Como fazer o diagnóstico da dívida? Primeiro é preciso levantar as receitas e as despesas de um mês. Anote em um caderno, em uma planilha todos os gastos ou ainda guarde as notas fiscais para somar no fim do mês. Não só as grandes despesas, mas principalmente as pequenas, que passam despercebidas e no total podem dar um valor grande e até mesmo surpreendente.

Feito o diagnóstico veja onde dá para cortar gordura nos gastos. Há despesas desnecessárias que poderiam sair da sua conta? É possível reduzir os gastos ou aumentar a renda com algum trabalho extra? Essa organização é fundamental para tomar as rédeas da vida financeira.

E menos da metade dos brasileiros (48%) são organizados financeiramente, segundo pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)

Tendo esse orçamento refeito nas mãos, veja quanto vai poder se comprometer com as novas parcelas do financiamento do Desenrola. O importante é que esse valor não passe de 30% do orçamento para não pesar no bolso e não correr o risco de voltar para a lista de inadimplência.

Os bancos participantes do Desenrola oferecem prazos maiores que podem chegar a até 96 meses dependendo da instituição financeira. Mas é bom lembrar: quanto maior o prazo maior o risco de emergências aparecerem durante o pagamento da dívida. O ideal é não se comprometer com prazos muito longos.

Sabendo quanto pode pagar e em que prazo vai poder liquidar a dívida, pesquise as taxas de juros oferecidas pelos bancos participantes do programa. Há banco que oferece até 1,18% ao mês, taxa menor que a média cobrada no consignado.

Como não são todos os bancos que aderiram ao programa Desenrola, é possível pedir a portabilidade da dívida para o banco que oferece condições melhores, segundo a Febraban.

A portabilidade de dívida funciona mais ou menos como uma a portabilidade de número de celular quando a gente troca de operadora. Essa possibilidade existe desde 2013.

Converse com o gerente do banco para o qual quer levar a dívida, conheça as condições e negocie taxa de juros e prazo. Para essa conversa é preciso ter em mãos alguns dados: quanto de juros paga na operação de crédito (nominal e efetivo), a quantidade de prestações pagas e o valor ainda a ser pago, o prazo que falta para quitar a dívida, o saldo devedor atualizado e o número do contrato.

O banco onde o correntista tem a dívida é obrigado a fornecer essas informações. Fechada a negociação com o novo banco, ele entra em contato com o banco onde está a dívida e pede a portabilidade.

A operação de transferência não pode ter cobrança de taxas ou tarifas. Essa portabilidade pode ser feita para empréstimo pessoal, consignado, financiamento de veículos e de imóveis.

Segundo a Febraban, os três maiores bancos privados do país – Bradesco, Itaú e Santander- além do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal confirmaram a adesão ao Programa Desenrola.

Outros bancos estão avaliando os impactos operacionais e financeiros da Medida Provisória n° 1.176/23 que regulamenta o programa. Para quem está na lista de inadimplentes agora pode ser uma boa hora para renegociar. Mas é preciso planejamento antes de encarar um novo financiamento, mesmo que ele seja vantajoso.

 Fonte: Rádio Itatiaia




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