(Foto: Ilustrativa/ Internet)
Noites sem sono e dias
angustiantes. Ter uma dívida atrasada mexe com a cabeça de qualquer um. A saúde
financeira está diretamente ligada à saúde emocional. Ela impacta no
relacionamento com familiares e amigos. E a imensa maioria das pessoas tem
vergonha de assumir que tem conta atrasada, praticamente nove em cada dez
consumidores segundo levantamento da Serasa.
Muita gente tem o que em
economia comportamental chama de “fobia financeira”: medo de pensar no assunto.
Quando isso acontece a pessoa se sente travada, ansiosa e tem inclusive
sintomas físicos como aumento do suor e do batimento cardíaco.
O problema é que o primeiro
passo – e pode parecer óbvio – é vencer esse medo e encarar as contas de
frente. É preciso conhecer o orçamento para estipular o quanto vai ser possível
comprometer dele com o parcelamento da nova dívida. Esse contato direto com as
próprias finanças é fundamental para entender o quanto entra de receita por mês
e como o dinheiro vai embora, quais são os gastos.
Como fazer o diagnóstico da
dívida? Primeiro é preciso levantar as receitas e as despesas de um mês. Anote
em um caderno, em uma planilha todos os gastos ou ainda guarde as notas fiscais
para somar no fim do mês. Não só as grandes despesas, mas principalmente as
pequenas, que passam despercebidas e no total podem dar um valor grande e até
mesmo surpreendente.
Feito o diagnóstico veja
onde dá para cortar gordura nos gastos. Há despesas desnecessárias que poderiam
sair da sua conta? É possível reduzir os gastos ou aumentar a renda com algum
trabalho extra? Essa organização é fundamental para tomar as rédeas da vida
financeira.
E menos da metade dos
brasileiros (48%) são organizados financeiramente, segundo pesquisa feita pelo
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas (CNDL)
Tendo esse orçamento refeito
nas mãos, veja quanto vai poder se comprometer com as novas parcelas do
financiamento do Desenrola. O importante é que esse valor não passe de 30% do
orçamento para não pesar no bolso e não correr o risco de voltar para a lista
de inadimplência.
Os bancos participantes do
Desenrola oferecem prazos maiores que podem chegar a até 96 meses dependendo da
instituição financeira. Mas é bom lembrar: quanto maior o prazo maior o risco
de emergências aparecerem durante o pagamento da dívida. O ideal é não se
comprometer com prazos muito longos.
Sabendo quanto pode pagar e
em que prazo vai poder liquidar a dívida, pesquise as taxas de juros oferecidas
pelos bancos participantes do programa. Há banco que oferece até 1,18% ao mês,
taxa menor que a média cobrada no consignado.
Como não são todos os bancos
que aderiram ao programa Desenrola, é possível pedir a portabilidade da dívida
para o banco que oferece condições melhores, segundo a Febraban.
A portabilidade de dívida
funciona mais ou menos como uma a portabilidade de número de celular quando a
gente troca de operadora. Essa possibilidade existe desde 2013.
Converse com o gerente do
banco para o qual quer levar a dívida, conheça as condições e negocie taxa de
juros e prazo. Para essa conversa é preciso ter em mãos alguns dados: quanto de
juros paga na operação de crédito (nominal e efetivo), a quantidade de
prestações pagas e o valor ainda a ser pago, o prazo que falta para quitar a
dívida, o saldo devedor atualizado e o número do contrato.
O banco onde o correntista
tem a dívida é obrigado a fornecer essas informações. Fechada a negociação com
o novo banco, ele entra em contato com o banco onde está a dívida e pede a
portabilidade.
A operação de transferência
não pode ter cobrança de taxas ou tarifas. Essa portabilidade pode ser feita
para empréstimo pessoal, consignado, financiamento de veículos e de imóveis.
Segundo a Febraban, os três
maiores bancos privados do país – Bradesco, Itaú e Santander- além do Banco do
Brasil e da Caixa Econômica Federal confirmaram a adesão ao Programa Desenrola.
Outros bancos estão
avaliando os impactos operacionais e financeiros da Medida Provisória n°
1.176/23 que regulamenta o programa. Para quem está na lista de inadimplentes
agora pode ser uma boa hora para renegociar. Mas é preciso planejamento antes
de encarar um novo financiamento, mesmo que ele seja vantajoso.
Fonte: Rádio Itatiaia