Doenças comuns nos anos 70 podem retornar devido à baixa procura pela vacinação infantil
Boa Nova FM
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(Foto: Governo de Minas / Divulgação)
A vacinação é a forma mais
eficaz e segura de proteção contra doenças infecciosas, mas, nos últimos anos,
dados do Programa Nacional de Imunização mostram baixos índices de cobertura em
todo o país. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), 742
municípios estão com alto risco de reintrodução de doenças que poderiam ser
evitadas com a imunização de crianças menores de 2 anos.
Diante deste cenário, o Governo
de Minas Gerais lançou uma campanha para conscientizar a população sobre a
importância da vacinação. A estratégia de incentivo à imunização começou a ser
divulgada na televisão, rádio e internet em 27/11 e traz o depoimento de Carlos
Eduardo Rodrigues Vale, de 49 anos. Morador de Contagem, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ele teve poliomielite aos 2 anos, época
em que a vacinação contra a doença ainda não era difundida.
“A vida continua, sem dúvida nenhuma. Acredito que mesmo uma pessoa com
sequelas pode almejar a felicidade, mas é dever dos pais corroborar para que a
felicidade seja plena, com saúde, sem situações adversas. E a vacina é sim um
dos mecanismos que faz com que essa trajetória seja muito mais leve, sem outras
complicações que possam, de repente, não só desfazer o sonho de quem não foi
vacinado, mas de um pai e uma mãe que veem o filho nesta situação”, diz o
diretor de esportes, que por causa da pólio perdeu o movimento das duas
pernas e, hoje, depende de uma cadeira de rodas para se locomover.
Meta
Prorrogada duas vezes em 2022, a campanha de vacinação contra a poliomielite em
Minas não atingiu a meta de 95% preconizada pelo Ministério da Saúde. Durante a
campanha, 881.235 mil crianças com idades entre 1 e 4 anos foram vacinadas, o
que equivale a 84,30% do público estimado, de acordo com o Painel do Ministério
da Saúde em 28/11/2022.
A vacina contra a poliomielite faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, é
distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e está disponível nas unidades
básicas de saúde.
A vacinação é reconhecida como uma das intervenções de saúde pública mais
bem-sucedidas. Por meio da vacinação é possível proteger contra as doenças e
suas complicações. Quando uma pessoa é vacinada, ela não protege só a si mesma,
mas protege também as pessoas próximas e a coletividade. Por isso, é importante
manter o cartão de vacinação atualizado.
Cobertura vacinal em
Minas
De acordo com o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações
(SIPNI), em 2021, Minas Gerais ficou na sexta posição no ranking nacional em
relação à vacinação contra a poliomielite em crianças menores de 1 ano. Já com
relação às crianças de 1 ano, o estado ficou na quarta posição na classificação
nacional para a vacina em 2021.
No cenário da tríplice viral, que protege contra o sarampo, rubéola e caxumba,
Minas Gerais ficou na quinta posição nacional na cobertura vacinal da primeira
dose em crianças de 1 ano de idade, e na terceira para a segunda dose, no ano
passado. De janeiro a junho de 2022, a cobertura da primeira dose da tríplice
viral em Minas foi de 74,44% e, da segunda dose, 53,95%, conforme dados do
SIPNI em 14/11. A meta do Ministério da Saúde também é de 95%.
Já a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, que também atende ao
público adulto, teve grande redução de cobertura vacinal nos últimos anos. Em
2020, houve imunização de 103% do público-alvo. Em 2022, até o momento, a
cobertura na campanha foi de 78,5%.
Ações e sensibilização
Além de buscar sensibilizar os mineiros sobre a necessidade de seguir o
calendário e manter o cartão de vacinação em dia, a Secretaria de Estado de
Saúde realiza outras ações nesse sentido nos municípios, que vão desde a
elaboração e divulgação de documentos técnicos, passando por reuniões com as
referências do programa de imunizações para atualização e discussão de dúvidas
das Unidades Regionais de Saúde e a vigilância dos chamados Eventos
Supostamente Atribuíveis a Vacinação ou Imunização (Esavi) para o aumento da
confiabilidade das vacinas.
Segundo a coordenadora do Programa de Imunizações da SES-MG, Josianne Dias
Gusmão, o cenário de baixas coberturas vacinais é uma preocupação do Estado e
por isso, são realizadas ações estratégicas em diversas frentes para garantir
que as campanhas e a vacinação de rotina alcancem os públicos-alvo com a
cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde.
“Podemos destacar a parceria com a UFMG, por meio de uma pesquisa-ação; também
a vigilância intersetorial de indicadores realizada pelo Gamov; a capacitação
dos profissionais que atuam nas salas de vacina em parceria com a Escola de
Saúde Pública (ESP); a análise, elaboração e divulgação da Classificação de
Risco para a Reintrodução de Doenças Imunopreveníveis em menores de dois anos
de idade; além de ações de mobilização social, promovidas em parceria com todos
os 853 municípios, a fim de sensibilizar a população sobre a importância da
vacinação. As vacinas salvam vidas, faça sua parte e mantenha seu cartão de
vacina atualizado”, destaca a coordenadora.
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