(Foto: Carlos Moura/SCO/STF)
Barroso acatou pedido de Zema para derrubar reajuste aprovado na
Assembleia
O ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, derrubou a lei promulgada
pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que garantia um aumento
salarial aos servidores estaduais acima da inflação. A decisão foi tomada nesta
quinta-feira (21).
O Governo de Minas
Gerais entrou com uma ação no Supremo, na última segunda (18), alegando que o
aumento concedido pela Assembleia seria inconstitucional. A ação é assinada
pelo governador Romeu Zema e o Advogado-Geral do Estado de Minas Gerais, Sérgio
Pessoa.
O ex-secretário-Geral do Governo de Minas,
Mateus Simões, cotado para ser vice na chapa de Romeu Zema, comemorou a
decisão.
"O que nós assistimos no começo deste mês
de abril foi um escárnio, uma piada de mau gosto feita por 55 deputados em
campanha eleitoral e que por três ilegalidades aprovaram a derrubada do veto do
governador. Não estamos falando em não fazer o reajuste dos servidores. Vamos
lembrar, o reajuste de 10,06%, equivalente à inflação do último ano, foi
concedida a todos os servidores do Estado", afirma. "O absurdo foi a
votação de um reajuste adicional para três categorias que iria impactar em, uma
média de R$ 10 bilhões por ano", completa.
Simões também
explica que as três ilegalidades relacionadas ao aumento para os servidores
estão relacionadas à falta de previsão orçamentária, a violação à Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF) e o impedimento legal para a concessão de
reajuste salarial acima da inflação faltando menos de 180 dias para as
eleições.
Ação
No documento que foi enviado ao STF, o
Executivo defende que a inclusão de dois artigos no projeto de lei enviado pelo
Executivo resultou em ‘’desmedido aumento de despesas, não suportado pelo
erário público, sem que o Parlamento Mineiro tenha sequer indicado a estimativa
e as fontes aptas a suportarem os aumentos por ele concedidos.’’
De acordo com a
lei promulgada pela Assembleia, servidores da saúde e da segurança pública
terão os vencimentos reajustados em 24% e, os trabalhadores da educação, em 33%
- para garantir o cumprimento do piso nacional da categoria.
O Governo do Estado também argumenta que as
mudanças propostas pelos deputados não levaram em conta a estimativa de impacto
financeiro ou mesmo a fonte da receita que deveria custear o reajuste. Pelas
contas do Executivo estadual, as alterações nos reajustes devem causar um rombo
de, ao menos, R$ 9 bilhões por ano aos cofres do Estado.
O documento ainda
cita o déficit de R$ 11,7 bilhões previsto para as contas públicas neste ano e
pede a suspensão "de forma imediata" dos artigos 10 e 11 da Lei
estadual nº 24.035, de 4 de abril de 2022.
Fonte: Rádio Itatiaia