O limite da régua usada para
a medição do nível do Rio Paranaíba em Patos de Minas foi ultrapassado na tarde
desta segunda-feira (10). Segundo o Corpo de Bombeiros, a água
atingiu cerca de 10,3 metros acima do normal. A partir de
agora, apenas valores aproximados para o volume do rio poderão ser obtidos.
A cidade está em situação de emergência desde o último sábado (8)
devido à cheia do rio, que já obrigou pelo menos seis famílias a deixarem as
casas. Em meio à crise, o prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão
(PODEMOS), se reuniu durante a manhã com os bombeiros, a Defesa Civil e a
Polícia Militar para orientar e avaliar as ações das forças de segurança no
período de chuvas.
Em entrevista ao MG1 da TV Integração, nesta
segunda-feira, o prefeito falou sobre o encontro e comentou sobre os danos
causados pela inundação.
"Os prejuízos estão evidentes, com
as rodovias da região todas prejudicadas, estradas rurais e pontes debaixo
d'água, barrancos cedendo. Neste momento, [o que faremos] é priorizar a vida
das pessoas e suas moradias", afirmou.
A Prefeitura já colocou uma
quadra e uma escola à disposição dos moradores em caso de necessidade de
abrigo.
Também há
relatos de moradores em comunidades rurais que têm tido dificuldades para
deixar as casas. Ainda segundo Falcão, durante a reunião foram discutidas ações
de assistência social, como a compra de colchões e outros materiais para as
famílias que podem ser desalojadas.
"Pode ser que ninguém precise desse tipo de
ajuda, mas precisamos nos prevenir", disse.
De acordo com dados do Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet), a média de chuva para todo o mês de janeiro
em Patos de Minas era de 287 mm. No entanto, essa marca foi atingida no domingo
(9), quando chegou aos 287,1 mm de chuva.
Em comunicado divulgado pela Polícia
Militar, foi feito um balanço dos impactos chuva na cidade até as 19h desta
segunda-feira:
·
Seis imóveis que estavam com risco a
segurança dos moradores já foram desocupados na Rua Carmo
do Paranaíba;
·
Inundações foram registradas em alguns
imóveis nos bairros Jardim Paulistano e Vila Rosa;
·
No Bairro São José Operário o
Rio Paranaíba transbordou, mas não há risco de que residências sejam
alcançadas;
·
No Bairro Santa Luzia há
risco de inundação, que se aproximam das residências;
·
No Bairro Copacabana não
há risco de inundação de imóveis;
·
As ruas Lázaro Alves Neto, Vitória
da Conquista e Bahia foram atingidas pelas águas do Córrego
Monjolo e do Rio Paranaíba, mas sem riscos aos imóveis.
Ainda conforme o Município, os pontos
críticos são monitorados constantemente pela Defesa Civil e pelo Corpo de
Bombeiros. A Secretaria de Obras está com máquinas e caminhões prontos para
atenderem possíveis desabrigados, queda de árvores, danos em estradas rurais e
urbanas, drenagem e deslizamentos.
Pontos críticos com possibilidade de
inundações e alagamentos:
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Região do Córrego do Monjolo;
·
Avenida Fátima Porto, na região do
cruzamento com a Avenida Piauí;
·
Imediações da Lagoa Grande e
rodoviária;
·
Proximidades do Hospital Regional;
·
Avenida Juscelino Kubitscheck
Oliveira, em frente a São Cristóvão.
Com a cheia, no sábado, a água se
aproximou ainda mais da ponte da Avenida Joaquim Fubá, no Bairro Nossa Senhora
Aparecida. O Corpo de Bombeiros alerta aos motoristas e pedestres para que
redobrem a atenção ao transitarem sobre o local.
Reunião
Segundo comunicado emitido pela
Prefeitura, no encontro desta segunda-feira também ficou definida a
estruturação do Sistema de Comando em Operações (SCO),
que unirá as três forças de segurança para tomar medidas conjuntas durante as
chuvas nas cidades de Patos de Minas, Carmo do Paranaíba
e Presidente Olegário.
Durante a reunião, a secretária de
Educação, Sônia Silveira, detalhou que 10 salas da Escola Municipal Frei
Leopoldo foram reservadas para receber os desalojados. Os banheiros da unidade
foram inspecionados e reparados. Como precaução pela contaminação por Covid-19,
as famílias ficarão em salas separadas.
Além disso, a Secretaria de
Desenvolvimento Social visitará os imóveis para onde as pessoas que já foram
desalojadas estão para saber o que é preciso fornecer em termos de alimentação,
vestuário e outros itens. Um agente de saúde também irá aos locais para
verificar o cartão de vacina dos moradores.
Ainda conforme a Prefeitura, já
existe uma reserva técnica com mais de 140 cestas básicas para
ceder aos desalojados caso seja necessário neste primeiro momento.
Fonte: G1