(Foto: Internet)
Trabalhadores
da Companhia Energética do Estado de Minas Gerais (Cemig) decidiram
iniciar greve nesta segunda-feira (29/11). O movimento foi deflagrado após
assembleias ocorridas nos pontos do estado onde há expediente da estatal. Os
funcionários questionam atitudes do governo de Romeu
Zema (Novo) em relação aos profissionais eletricitários e
apontam, ainda, “desmonte” da companhia para facilitar a privatização.
A Cemig é
alvo, na Assembleia Legislativa, de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) que investiga a gestão da estatal desde 2019.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Energética em Minas
Gerais (Sindieletro), os funcionários estão em campanha salarial e
tentam renovar o acordo coletivo de trabalho. A entidade aponta insatisfação com
a contraproposta apresentada pela direção. A empresa, porém, afirma que uma
sugestão de reajuste de 11% foi negada pelos representnates dos trabalhadores.
Para marcar as paralisações, a ideia é fazer atos
em frente às instalações da Cemig no estado. Na tarde desta segunda, por
exemplo, ocorre ato em frente à sede da empresa, no Bairro Santo Agostinho, na
Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
“Há os privilégios garantidos à alta cúpula, como
uma remuneração milionária que engloba salários e rendimento variável e um
contrato para fornecimento de refeições para os diretores no valor de R$ 1,2
milhão ao ano. Pelos cálculos do Sindieletro, a refeição diária para cada
diretor que usa o restaurante ‘vip’ da Sede da Cemig custa R$ 350,00”, lê-se em
comunicado emitido pelo Sindieletro para informar a greve.
Afastamento de presidente é pauta
Na mira da CPI, está o presidente da Cemig,
Reynaldo Passanezi Filho. O sindicato dos trabalhadores defende o afastamento
do executivo até a conclusão da investigação conduzida pelos deputados,
prevista para ser encerrada no início do próximo ano.
Os parlamentares estaduais têm tentado, também,
entender recentes negociações de patrimônios vinculados à estatal mineira. Em
janeiro deste ano, a Cemig vendeu, por R$ 1,37 bilhão, a fatia que detinha na
Light, companhia de luz que atua no Rio de Janeiro. Em 2019, quando ainda
estava vinculada à Cemig, a Light negociou, pelo valor simbólico de R$ 1, suas
ações na Renova, que atua com fontes energéticas renováveis.
A Cemig assegura que a greve iniciada nesta segunda
afetou de forma mínima as operações. Leia a nota na íntegra ao fim deste
texto.
Audiência e visita técnica na mira de deputado
Paralelamente aos trabalhos da CPI, a Comissão de
Trabalho, Previdência e Assistência Social pode fazer uma visita técnica à
Cemig. A ideia é verificar as condições fornecidas aos profissionais da
empresa. Uma audiência pública também está em pauta. Quem lidera as
articulações é Betão (PT).
“Defender a negociação coletiva e cada um dos itens
sociais e econômicos da pauta de reivindicações dos trabalhadores é lutar pelo
cumprimento de direitos garantidos por lei e por uma Cemig melhor. Há tempos
estamos acompanhando o desmonte escancarado da estatal, a constante retirada de
conquistas históricas da categoria e é importante somar forças nesse momento de
resistência, diz ele.
Fonte: Estado De Minas