(Foto: Reprodução)
O longo período de estiagem,
seguido da redução drástica no nível dos reservatórios das hidrelétricas em
Minas Gerais, chegou a um ponto tão dramático que autoridades do setor e até o
governador Romeu Zema (Novo)
já veem como irreversível o risco de colapso no fornecimento de energia
elétrica no Estado, o que, em outras palavras, significa que pode faltar luz –
e isso está para ocorrer a qualquer momento.
“A qualquer momento nós corremos risco de ter algumas
regiões desabastecidas por energia elétrica. O nosso sistema está operando,
hoje, no limite, apesar de todas as usinas termelétricas estarem funcionando”,
afirmou ontem Romeu Zema, durante o evento que marcou a abertura do Processo de
Tombamento dos Lagos de Furnas e Peixoto.
O país passa atualmente pela pior estiagem dos últimos 91
anos, de acordo com dados o Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet). Segundo o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a falta de chuvas
já afeta praticamente todos os reservatórios do país, responsáveis por mover as
turbinas hidrelétricas. Em Minas, sete das nove usinas estão com os
reservatórios operando com níveis abaixo de 20% da capacidade. A situação mais
crítica é em Marimbondo, com volume atual de apenas 8,76% da capacidade.
Racionamento
Com tamanha escassez, a situação vem se agravando dia a
dia. Na semana passada, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas
(Igam) publicou uma portaria estabelecendo o
racionamento, para fins de irrigação e indústria, do uso das águas do rio
Suaçuí Grande. Segundo o diretor-geral do órgão, Marcelo da Fonseca, não está
descartada a extensão da medida também para a população em geral, o que vai
depender, de acordo com ele, da forma como as concessionárias vão administrar a
escassez. “Na prática, há uma redução da disponibilidade (de água) para ser
fornecido aos usuários”, disse.
Indústria
Para Flávio Roscoe, presidente da Federação
das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), é necessário a
adoção imediata de medidas de restrição de consumo para evitar o colapso. “Se
não chover, não há o que se fazer a curtíssimo prazo. Temos que otimizar o uso
da energia e adotar programas de restrições mais leves agora para diminuir os
impactos. É melhor limitarmos o uso hoje, do que não termos energia alguma para
movimentar a indústria amanhã”, afirma.
Fonte: Hoje em Dia