
Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) foi responsável pela prisão em São José do Rio Preto (Foto: Reprodução/Google Street View)
Um
homem de 51 anos se passou por adolescente em rede social para atrair e
estuprar uma menina de 12 anos, em um sítio em Fronteira, cidade no Triângulo
Mineiro. É o que revelam os policiais responsáveis pela prisão do suspeito em
São José do Rio Preto, no interior paulista
As
autoridades esclarecem que a menina foi sequestrada pelo homem em Mirassol,
também no interior de São Paulo, na madrugada de sábado (21/8). A garota teria
saído de casa, sem falar com os pais, para encontrar com um suposto adolescente
que conheceu na internet - a polícia não divulgou em qual rede social.
Quando
chegou ao local combinado, a vítima foi surpreendida pelo homem de 51 anos, que
a obrigou a entrar em um carro. As informações foram passadas pelo delegado
Mauro Truzzi, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São José do Rio
Preto, repassadas ao Diário da Região.
O
policial explica que, na sequência, o suspeito levou a menina até uma
propriedade rural dele, em Fronteira, a cerca de 80 km de Mirassol.
A
vítima relata que, ao chegar no sítio, o suspeito teria oferecido um copo de
suco e um prato de macarronada. Após consumir os alimentos, ela afirma que
desmaiou e, quando acordou, horas depois, percebeu que tinha sido violentada
sexualmente.
Ela
foi deixada em Mirassol, pelo suspeito, na madrugada de segunda-feira (23/8).
Pouco tempo depois, o homem foi preso por uma equipe do Batalhão de Ações
Especiais (Baep) em São José do Rio Preto (SP) - sendo encaminhado para a
carceragem da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) desta
cidade.
Exames
A
menina passou por exames de corpo delito no Hospital da Criança e Maternidade
(HCM) de Rio Preto, onde foi constatado que sofreu violência sexual e hematomas
no corpo.
Após
o exame, a adolescente foi submetida a tratamento médico para vítimas de
violência sexual e liberada aos cuidados da família.
O
caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia Civil de Mirassol.
O
que diz a lei sobre estupro no Brasil?
De
acordo com o Código Penal Brasileiro, em seu artigo 213, na redação dada pela
Lei 2.015, de 2009, estupro é
''constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.''
No
artigo 215 consta a violação sexual mediante fraude. Isso significa ''ter
conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude
ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da
vítima''
O
que é assédio sexual?
O
artigo 216-A do Código Penal Brasileiro diz o que é o assédio sexual:
''Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência
inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.''
O
que é estupro contra vulnerável?
O
crime de estupro contra vulnerável está previsto no artigo 217-A. O texto veda
a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 14 anos, sob
pena de reclusão de 8 a 15 anos.
No
parágrafo 1º do mesmo artigo, a condição de vulnerável é entendida para as
pessoas que não tem o necessário discernimento para a prática do ato, devido a
enfermidade ou deficiência mental, ou que por algum motivo não possam se
defender.
Penas
pelos crimes contra a liberdade sexual
A
pena para quem comete o crime de estupro pode variar de seis a 10 anos de
prisão. No entanto, se a agressão resultar em lesão corporal de natureza grave
ou se a vítima tiver entre 14 e 17 anos, a pena vai de oito a 12 anos de
reclusão. E, se o crime resultar em morte, a condenação salta para 12 a 30 anos
de prisão.
A
pena por violação sexual mediante fraude é de reclusão de dois a seis anos. Se
o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também
multa.
No
caso do crime de assédio sexual, a pena prevista na legislação brasileira é de
detenção de um a dois anos.
O
que é a cultura do estupro?
O
termo cultura do estupro tem sido usado desde os anos 1970 nos Estados Unidos,
mas ganhou destaque no Brasil em 2016, após a repercussão de um estupro
coletivo ocorrido no Rio de Janeiro.
Como
denunciar violência contra mulheres?
Ligue
180 para ajudar vítimas de abusos.
Em
casos de emergência, ligue 190.
Fonte: Estado de Minas