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O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou
nesta última quarta-feira (25) que o governo e a Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) preparam um plano de descontos na conta de luz para os
consumidores regulados (ligados a distribuidoras) residenciais e empresariais
que se dispuserem voluntariamente a economizar energia. A medida deverá entrar
em vigor no início de setembro. O ministério, no entanto, não detalhou o plano.
Disse que, em conjunto com a agência, está definindo as metas de economia e os
prêmios.
Questionado em entrevista coletiva, o ministro explicou que
ainda não sabe de onde sairão os recursos para arcar com os descontos.
Albuquerque afirmou, porém, que não há previsão de crédito extraordinário no
Orçamento para financiar o programa. O secretário de Energia Elétrica,
Christiano Vieira, explicou que o conceito desse plano é o mesmo do programa de
deslocamento de consumo para grandes consumidores, que terão compensação
financeira se gastarem sua energia fora dos horários de pico.
Cada empresa que se dispuser a fazer esse acerto, enviará uma
oferta ao ONS (Operador Nacional do Sistema) dizendo quanto pretende receber.
O ONS escolherá as melhores propostas, justamente aquelas que
sejam mais vantajosas em relação ao acionamento de uma usina termelétrica, que
gera um MWh por mais de R$ 2.000. “Essa diferença é que reduzirá o custo geral
de geração de energia do país”, disse Vieira.
Essa lógica, ainda segundo o secretário, servirá de
referência para o plano de incentivo aos consumidores residenciais. No entanto,
não foi detalhado qual será o preço de referência para o cálculo desse bônus.
“Quem vai pagar isso é a carga do sistema [no ambiente regulado, todos os
consumidores compartilham os custos de economia ou de sobrepreço]”, disse
Vieira. “Há previsão legal para que todos sejam remunerados via ESS [Encargos
de Segurança do Sistema]. Aquele custo vai ser rateado com todos.”
O plano de estímulo à redução de consumo de energia para
residências e empresas de menor porte é mais um passo do governo para tentar
evitar apagões diante do agravamento da crise hídrica.
O diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, que havia
previsão de chuvas na região Sul mas elas foram frustradas, o que levou o grupo
de monitoramento emergencial da crise a tomar medidas mais drásticas de
preservação da água no sistema e partir para um pacote de incentivo à redução
de consumo.
Fonte: O Tempo