(Foto: Fhemig/Divulgação)
A primeira cirurgia de aneurisma
por microscopia da história do Hospital Regional Antônio Dias (HRAD) em Patos
de Minas foi realizada com sucesso.
A informação sobre o procedimento
ocorrido em maio foi divulgada pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas
Gerais (Fhemig), responsável pela administração da unidade, nesta segunda-feira
(19).
Segundo divulgado pelo Estado, a
paciente foi Maria Josefa Medeiros, de 49 anos, que deu entrada no hospital no
dia 6 de maio e rapidamente encaminhada para cirurgia. Ela acordou logo após o
procedimento e não teve sequelas (veja abaixo).
Cirurgia
A Fhemig informou que a cirurgia é
delicada, pois necessita de equipamentos tecnológicos de ponta e de equipe
médica qualificada. Com o sucesso da operação, o Hospital
Regional dá importante passo para se consolidar como serviço de alta
complexidade em neurocirurgia e neurologia na macrorregião Noroeste de Minas
Gerais.
“A realização de neurocirurgias
microscópicas no HRAD proporciona maior resolubilidade, associada a uma
assistência segura e efetiva aos nossos pacientes. Nossa meta é habilitar o
hospital como unidade de alta complexidade em neurocirurgia e neurologia –
processo que já está em andamento”, afirmou a diretora da unidade, Valéria
Costa Queiroz.
Procedimento
A direção do Hospital Regional
relatou que a cirurgia foi realizada por meio de microscópio adquirido em abril
de 2021. Já as pinças cirúrgicas especiais e os clipes metálicos para contenção
dos aneurismas foram cedidos pelo Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, e que
também é administrado pela Fhemig.
Para o procedimento cirúrgico é
necessária a participação de dois médicos. Os responsáveis pela microcirurgia
em Patos de Minas foram Marcelo Lamberti e Marcelo Almeida. De acordo com eles,
a operação é tão delicada que milímetros separam o êxito do erro. Nestes casos,
a mortalidade pode chegar a 50% e o risco de sequelas neurológicas é alto.
“As estruturas cerebrais são
minúsculas, algumas com até 1 milímetro. O espaço em que trabalhamos no cérebro
também é muito estreito. A visualização plena das estruturas cerebrais nos
possibilita fazer as cirurgias, antes impensáveis, de forma segura e eficaz,
mantendo a vida do paciente”, explicou Lamberti.
Conforme Marcelo Almeida, a
utilização do microscópio é recomendada em casos assim, pois gera mais
segurança para o médico e para o paciente. Além disso, ter o equipamento em
Patos de Minas agiliza o processo e ajuda na recuperação.
"Anteriormente, casos semelhantes
ficariam aguardando na fila da Central de Regulação de Leitos para
transferência a outros municípios com alta complexidade, o que poderia levar
dias e comprometer o tratamento”, disse o neurocirurgião.
Paciente
A primeira pessoa a ser
operada de aneurisma por microscopia no Hospital Regional Antônio Dias foi a
auxiliar de produção Maria Josefa Medeiros, de 49 anos. Ela deu entrada
na unidade no dia 6 de maio, com fortes dores de cabeça, que surgiram
repentinamente, associadas a alterações no nível de consciência e sinais de
irritação meníngea.
Segundo os médicos, a tomografia
detectou aneurismas e ela foi encaminhada para cirurgia de emergência, que
durou cerca de 4 horas. “A paciente apresentava aneurismas múltiplos e um deles
já rompido, o que colocava a vida e a função neurológica em risco. Teve boa
evolução no pós-operatório, recebendo alta sem déficits neurológicos”, pontuou
Marcelo Almeida.
De acordo com Marcelo Lamberti, a
paciente acordou da anestesia geral logo após a cirurgia, estava lúdica e foi
encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para melhor
acompanhamento, recebendo alta dias depois.
“O pós-cirúrgico foi melhor do que
esperávamos, pois ela não apresentou nenhuma sequela. Minha mãe é muito grata
por essa nova chance de viver”, concluiu a filha de Maria Medeiros, Carla
Castro.
Fonte: G1