(Foto: PMDF)
A polícia entra, hoje, no 10º
dia de buscas por Lázaro Barbosa Sousa, 32 anos, principal suspeito de assassinar uma família, em Ceilândia Norte. No entanto, a
procura seguia sem resultados até o início da madrugada. Ontem, dois habitantes
de Girassol, povoado de Cocalzinho (GO), disseram ter visto o fugitivo. À
tarde, houve troca de tiros entre o acusado e policiais militares. Ninguém das
equipes se feriu.
Horas depois, o secretário de segurança Pública de Goiás, Rodney Rocha Miranda,
afirmou que os policiais continuariam os trabalhos durante a madrugada de hoje.
Em coletiva de imprensa na base das forças de segurança montada em Girassol, o
chefe da pasta declarou que nenhuma possibilidade deve ser descartada para
capturar Lázaro. “Ele pode ter atravessado a BR. A área é extensa. Então, vamos
virar a madrugada trabalhando. Ele está no limite”, completou.
O secretário também comentou a troca de tiros entre a
polícia e o criminoso durante uma perseguição: “Nosso cão farejou ele.
Possivelmente, ele (Lázaro) está ferido. Achamos um pano ensanguentado. Ele
pode ter ferimentos graves”, detalhou Rodney. Mesmo assim, Lázaro escapou. “Ele
tentou acertar os cachorros. Entrou em uma vala, e os policiais perderam o
rastro dele ali. Ele está na região. Vamos esperar. Colocamos algumas equipes
com visão noturna. Ele é perigosíssimo e está armado”, alertou Rodney.
Uma das hipóteses investigadas
era de que Lázaro tivesse passado a noite em uma área de vale, entre
quarta-feira e ontem, em frente à base das equipes. Diante da dificuldade para
encontrar o fugitivo, o ministro da Justiça, Anderson Torres, ofereceu apoio ao
secretário de Segurança Pública de Goiás. Ele colocou 20 integrantes da Força Nacional à disposição do
estado goiano e do DF (leia mais na página 14).
Sem data para a chegada do reforço, Anderson Torres lembrou
que o envio não está fechado. “Estamos aguardando os desdobramentos desta noite
(ontem) para fazer a definição”, comentou. O ministro acrescentou que os
agentes envolvidos nas buscas admitiram a necessidade de auxílio da tropa.
“Parece que as coisas terão um desfecho nesta noite (ontem). Então, vamos
aguardar até amanhã (hoje)”, completou.
Enquanto Lázaro não é preso, a sensação de medo impera entre a
população. Fazendeiros e trabalhadores de chácaras onde o criminoso estaria
escondido têm deixado as propriedades, com medo de terem as casas invadidas. Um
morador da região, o engenheiro agrônomo Bruno Lacerda, 53, contou que cuidava
do gado quando testemunhou um tiroteio na propriedade dele, depois que dois
carros da polícia chegaram ao local. Assustado, o fazendeiro contou que
passaria a noite em outro endereço. Ele não soube dizer se o acusado atirou,
mas relatou ter ouvido dezenas de disparos.
Discurso a apoiadores
Em transmissão nas mídias sociais ontem, Jair Bolsonaro (sem partido)
citou as buscas e defendeu flexibilizações no Estatuto do Desarmamento. Ao lado
do deputado federal major Vitor Hugo (PSL-GO), o presidente comentou: “Esse
elemento (Lázaro) tentou entrar em uma chácara e foi repelido porque o cara
(morador) tinha uma (arma) calibre 12”. O parlamentar defendeu o porte de armas
para “determinadas categorias profissionais”. Mais cedo, a apoiadores em frente
ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro comentou pela primeira vez sobre as buscas
por Lázaro e usou argumentos semelhantes para defender a bandeira a favor da
liberação de armamentos. No entanto, enquanto foge, Lázaro tem conseguido se
munir com itens das chácaras que invade. Em uma delas, roubou armas, balas e
feriu pessoas a tiros.
Fonte: Correio Brasiliense