(Foto: Internet)
Desde
março, as Taxas de Letalidade e de Mortalidade por Covid-19 vêm apresentando
sinais de crescimento em Paracatu. Utilizadas para melhor compreensão do perfil
da pandemia, essas taxas auxiliam o Poder Executivo na avaliação do efeito da
doença sobre a população.
Calculada a partir do número de óbitos em relação
às pessoas que apresentam a Covid-19 ativa, a Taxa de Letalidade foi de 1,75%
em março. Já em abril, o percentual subiu para 1,95%, fechando o mês de maio em
2,35%.
Acompanhando a mesma tendência, a Taxa de
Mortalidade na cidade também apresenta números crescentes desde março. No terceiro
mês do ano, em Paracatu, essa taxa foi de 1,09 por 93 mil habitantes. Em abril,
ela subiu para 1,52. No mês seguinte, chegou a 2,15 óbitos por 93 mil
habitantes.
A Taxa de Mortalidade é calculada dividindo o
número de óbitos em determinado período pela população total de uma região
específica (cidade, estado, país).
Casos clínicos
Por si só, esses números já deveriam deixar todos
na cidade em estado de vigilância. E quando se observa a existência de casos de
pacientes internados por Covid-19 que sofrem pioras bruscas, o alerta deve ser
geral.
Desde março, a Secretaria Municipal de Saúde já
acompanhava com enorme preocupação alguns casos de Covid-19 nos quais houve
rápido agravamento da doença. “Tratam-se de casos cuja a piora dos pacientes
aconteceu de forma muito brusca. Começamos a observar casos assim em Paracatu a
partir do mês de março”, diz Vinícius Biulchi, Secretário Municipal de Saúde.
A partir da observação desses casos, a Secretaria
Municipal de Saúde enviou os exames para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em
Belo Horizonte, ainda em março. O resultado das amostras chegou em 27 de maio,
confirmando a presença das variantes P1 e P2 na cidade.
Conhecidas como variantes de Manaus (P1) e do Rio
de Janeiro (P2), essas variantes têm maior capacidade de transmissão. O que
ajuda a explicar o aumento no número de casos confirmados de Covid-19 em
Paracatu e o crescimento dos óbitos decorrentes da doença na cidade.
Maior incidência do novo Coronavírus
Paracatu é a terceira cidade do Noroeste de Minas
Gerais com maior incidência do novo Coronavírus. Até 27 de maio, quando se
encerrou a 20ª Semana Epidemiológica de 2021, a cidade havia confirmado 8.282
casos de Covid-19. No topo deste ranking estão Patos de Minas e Unaí, com
13.718 e 9.905 casos confirmados respectivamente.
Fornecidos pelo sistema de monitoramento do SUS,
os dados apontam o crescimento do número de registros da doença de 4,2% entre a
18ª e a 19ª semana. Entre a 19ª semana e a 20ª semana, o crescimento foi de
3,6%. O que explica a tendência de queda na Média Móvel de Casos, mas que não
significa nenhum alívio.
“Temos um quadro muito preocupante. Estamos
observando o contínuo crescimento no número de casos, o aumento da letalidade e
da mortalidade da Covid-19 e a confirmação de duas variantes que são mais
transmissíveis”, alerta Biulchi.
Diante deste quadro, segundo o Secretário, é
necessário que as medidas sanitárias sejam reforçadas até que o Ministério da
Saúde disponibilize doses de vacina suficientes para toda a população. “É
fundamental a manutenção do distanciamento social, o uso correto de máscaras e
a higiene permanente das mãos”, destaca.
Por trás dos números, vidas
Quando se acompanha, diariamente, os números da
pandemia da Covid-19 em Paracatu, acaba-se abstraindo aquilo que há por trás de
cada um deles. “Por trás desses números e índices há um pai, uma mãe, um filho,
um amigo querido. São vidas, e trabalhamos para poder salvar essas vidas”,
reforça Biulchi.
Ele pontua que além do trauma de uma perda como
essa em familiares e amigos, há um enorme peso psicológico sobre os
profissionais de saúde. “Um peso que fica ainda maior quando falamos daqueles
que atuam na linha de frente do combate ao novo Coronavírus. São profissionais
que estão no limite de suas forças, atuando em condições muito adversas, que
merecem todo o nosso respeito”, conclui.
Fonte: Paracatunews