(Foto: ilustrativa/internet)
Apesar dos
constantes flagras de ônibus lotados em Belo Horizonte, para o secretário
municipal de saúde, Jackson Machado, o transporte coletivo pode não ser o grande
vilão na transmissão do coronavírus na cidade. Segundo ele, os principais
locais onde ocorrem as contaminações são em grande aglomerações em festas
familiares.
Para comprovar a teoria, o secretário salientou que grande
parte das pessoas internadas são funcionários do setor de limpeza. "A
minha pergunta é: por que os trabalhadores da construção civil não se infectam
da mesma maneira sendo que também utilizam o serviço? Isso, talvez seja um
indicador que o transporte coletivo não seja o vilão que todo mundo fala que é,
mas é uma investigação que estamos fazendo, demora tempo para chegar a uma
conclusão", pontuou.
O prefeito
Alexandre Kalil corrobora: “O problema da BHTrans é complicadíssimo, e nós
estamos chegando à conclusão em estudos de que não é nos ônibus que estão
contaminando”.
O infectologista, Estevão Urbano, membro do Comitê da Covid-19
da Prefeitura, ressalta que existem gradações nos risco de contaminação.
"Ninguém é louco de dizer que não há nenhum risco de transmissão nos
ônibus (...) as pessoas se apegam a esse detalhe para tentar desqualificar
outras medidas de contenção. Se o indivíduo passa os 30 ou 40 minutos de
máscara dentro do ônibus, apesar dos óbvios riscos que eventualmente ele tenha,
ele tem muito menor risco que qualquer local que ele fique mais tempo sem
máscara conversando", explicou.
O médico Carlos Starling ainda acrescenta que ainda não há evidências
científicas que comprovem que os transportes coletivos são os principais
responsáveis pela contaminação. "A literatura internacional vem
corroborando com essa dúvida, será que é o transporte público? Algumas
pesquisas que já saíram evidenciaram que não e pontuaram que o maior
responsável pelas transmissões são as aglomerações domiciliares. É mais fácil
achar um bode expiatório do que encontrar a real fonte, que é dentro das nossas
casas", completou.
Dia das mães. Ainda segundo o
médico, também membro do Comitê, uma das principais preocupações da prefeitura
são com as aglomerações que devem ocorrer no Dia das Mães, que, neste ano, é
comemorado no próximo dia 9 de maio.
“Vamos preservar as mães para os próximos anos, evitar
aglomerações. Tememos enfrentar o problema que enfrentamos no Natal, no
Réveillon, no Carnaval", relembrou o infectologista ao destacar a piora do
quadro epidemiológico na capital após feriados anteriores.
"Preservar as rotinas, usar máscara em todos os momentos
para mudar essa situação de vez. Nós temos a opção das vacinas, mas mesmo com
as vacinas, será necessário reforçar as medidas”, completou Starling.
Fonte: Jornal O Tempo