O governo de
Minas publicou nesta sexta-feira (26) o decreto com o
protocolo que deverá ser seguido pelas escolas estaduais para o
retorno das aulas presenciais. Ainda sem uma data definida, na rede estadual de
ensino, o retorno das atividades acontecerá primeiramente de forma remota, no
dia 08 de março, em razão da decisão judicial em caráter liminar que impede o
retorno das atividades de forma presencial.
No caso das escolas municipais e particulares, cabe a cada
município avaliar se irá aderir às regras determinadas pelas secretarias de
Estado de Saúde e de Educação.
De acordo com o
decreto, o modelo de ensino será híbrido. O retorno às aulas, portanto, deverá
ser facultativo e dependerá da decisão de cada pai. Aqueles que não se sentirem
confortáveis poderão continuar utilizando o ensino remoto.
Ainda segundo o protocolo, o início das aulas presenciais só
poderá ocorrer nos municípios que estiverem nas ondas verde e amarela do
programa Minas Consciente. Além disso, é necessária adesão da prefeitura. Ou
seja, as atividades escolares apenas acontecerá nos municípios onde o retorno
for autorizado pelo poder municipal, mesmo nas escolas estaduais.
Caso a macrorregião em que o município esteja inserido regrida
para a onda vermelha, as aulas presenciais poderão continuar, desde que haja o
cumprimento de regras mais rígidas de distanciamento.
O distanciamento mínimo entre alunos deverá ser de 1,5 metro.
Como o tamanho médio das salas de aula da rede estadual é de 42 m², haverá, em
média, 18 alunos em cada turma. Na onda vermelha, no entanto, o distanciamento
mínimo será de 3 metros entre os alunos, o que reduz a média de estudantes em
sala para quatro.
As escolas deverão ainda disponibilizar equipamentos de proteção
e produtos de higiene para alunos, professores e funcionários, como dispenser
com sabonete líquido, álcool em gel, máscaras reutilizáveis, copos
descartáveis, papel toalha, luvas e lixeiras com tampa e pedal.
A recomendação, segundo o decreto, é que as escolas adotem
horários diferentes para entrada e saída de forma que alunos de diferentes
turmas não se encontrem.
Quando alguma unidade constatar algum casos de alunos com
diagnóstico confirmado para a Covid-19 em uma mesma turma, todos os estudantes
daquela sala deverão migrar para o ensino remoto. Já se houver mais de uma
turma suspensa em um mesmo turno com casos positivos para a doença, todo o
turno deve migrar para ensino online. Caso seja necessária suspensão de mais de
um turno, toda a escola deverá migrar para ensino remoto temporariamente.
Os protocolos serão revistos a cada 14 dias, quando será
analisada a possibilidade de inclusão de novas faixas etárias no sistema
presencia
De acordo com o protocolo, quando houver mais interessados no
retorno presencial do que o possível para a realidade daquela comunidade
escolar, a instituição de ensino poderá usar critérios de preferência ou de não
preferência, como: crianças pertencentes a grupos de risco; crianças que
residam com pessoas de grupo de risco; famílias em condição de vulnerabilidade,
principalmente aquelas já registradas no CadÚnico; crianças que residam com
tutores sem companheiros, com necessidade de trabalho presencial para
manutenção de renda familiar.
Em
coletiva de imprensa nesta quarta-feira (24), a Secretária de Estado de
Educação (SEE-MG) afirmou que, em 2020, foram disponilizados R$ 125 milhões às
escolas estaduais para realizarem adequações, e que a verba seria o bastante.
Das cerca de 3.600 unidades da rede, 713, que têm turmas de terceiro ano, já
haviam se preparado para receber alunos no último ano, enquanto as demais estão
em processo de adequação, segundo a secretaria.
Fonte: Jornal O Tempo