(Foto: Márcia Santos/Assessoria Samu)
O Hospital de Campanha da UPA de Divinópolis recebeu na tarde
deste sábado (13), dois pacientes de Coromandel para tratarem a Covid-19. Segundo informações da Prefeitura de Coromandel, são dois
homens de 41 e 45 anos.
(Correção: O Samu errou ao
informar que os pacientes foram levados para o Hospital São João de Deus. A
informação foi corrigida às 18h30).
De
acordo com informação do Samu, a transferência dos pacientes foi feita por
helicópteros do Batalhão de Operações Aéreas de Minas Gerais. O transporte dos
pacientes, entre o aeroporto e o hospital, foi realizado em ambulâncias do
Samu. Ainda há previsão de transferências de mais pacientes do Triângulo
Mineiro para o Centro-Oeste.
Coromandel está com UTIS lotadas
Desde o dia 8 de
fevereiro, pelo menos 14 pacientes de Coromandel precisaram ser levados para tratamento em
outros municípios da região do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Norte e
Centro-Oeste de Minas. O número de leitos de Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) e enfermaria não tem comportado a quantidade de pacientes que
precisam de atendimento. Desde o início de fevereiro foram 34 transferências.
Uma mulher, de 46
anos, que havia sido internada em Montes Claros, não
resistiu e faleceu ao dar entrada no Hospital das Clínicas
Mário Ribeiro.
Na quinta-feira
(12), o secretário de Saúde, Guilherme Ricardo de Assis Ferreira, disse que a cidade passa
por um surto da doença, principalmente na última semana,
quando houve um aumento expressivo no número de contaminados.
Ele também explicou
que o que chama atenção é o ciclo do vírus, que tem apresentado
mudanças.
"Os médicos
não estão entendendo, pois chega no fim do ciclo da doença, no oitavo ou décimo
dia, e os quadros estão se agravando, principalmente quem tem comorbidades. Aí,
pioram muito, precisam entubar e não tem leito".
O médico também
contou que amostras do vírus estão sendo coletadas e enviadas para a Fundação
Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, pois existe suspeita de que haja uma
variante do vírus na cidade.
"Queremos
saber se há uma nova cepa do novo coronavírus e, por isso, pedimos uma análise",
explicou.
O G1 procurou a
Secretaria de Estado de Saúde (SES) para saber como o governo está acompanhando
a situação na cidade e se confirma o surto.
Foi informado que
em relação à transferência de pacientes, a SES esclarece uma das premissas
adotadas pelo Governo de Minas durante a pandemia de Covid-19, é a de que
nenhum mineiro fique sem assistência. Para isso, desde março do ano passado, o
estado criou o Plano de Contingenciamento Macrorregional com foco na ampliação
de leitos.
Diante disso,
conforme a nota, o Estado responde de forma ágil na assistência a pacientes que
precisam de remoção dentro de Minas Gerais para tratamento contra a doença.
Leitos
Segundo o
secretário de Saúde, na manhã de quinta-feira (11), havia apenas um leito de
UTI livre.
"Não temos
leitos na cidade, nem na microrregião do Triângulo. Por isso estamos contando
com a ajuda do governo do Estado para conseguir vagas em outras regiões de
Minas. Em recente reunião com a direção clínica de unidades de saúde, todos
relataram que o cenário na região para UTI para alta complexidade está
saturado", disse.
O secretário
acredita que as contaminações são resultado das viagens de fim
de ano dos moradores da cidade. Por isso, ele deixou um alerta para a
população. E disse que prevê que a situação comece a
melhorar nos próximos dez dias.
"As pessoas
devem voltar a agir igual no início da pandemia. Sair só se for necessário,
usar máscara e álcool e evitar a taxa de transmissibilidade da doença",
finalizou.
Transferências
Pacientes de Coromandel já
foram levados para diferentes cidades como Monte Carmelo,
Patrocínio, Araxá, Araguari, além de Divinópolis e Formiga, no Centro-Oeste de
Minas e Montes Claros, no Norte do
estado.
Entre
quarta-feira e madrugada de quinta-feira (11), foram mais quatro
transferências. De acordo com a Secretaria de Saúde de Coromandel, pelo menos
18 pacientes ainda aguardam vagas em outros hospitais.
Alguns
necessitam de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), enquanto outros estão em
enfermarias.
Fonte: G1