(Foto: ilustrativa/internet)
O ministro
da Saúde, Eduardo Pazuello, informou, em coletiva de imprensa na tarde
deste domingo (17), que a vacinação em todo o Brasil começará na próxima
quarta-feira (20), às 10h. A data está dentro do cronograma previsto pelo Ministério da Saúde,
anunciado na última quarta (14).
A Anvisa aprovou, por unanimidade, o uso emergencial das vacinas
Coronavac, do Instituto Butantan, e de Oxford, da Fiocruz, no início da tarde deste domingo. De acordo
com o ministro, a data foi escolhida por uma questão logística de distribuição.
Pazuello, afirmou
que o Ministério da Saúde tem em mãos vacinas do Butantan e Astrazeneca e ainda
criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que iniciou a vacinação
no estado neste domingo (17).
"Nós poderíamos iniciar por marketing a primeira dose em uma
pessoa, mas em respeito a todos os brasileiros o Ministério da Saúde não fará
isso, não faremos jogada de marketing", disse Pazuello, em entrevista no
Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, no Rio de Janeiro.
O ministro
que o governo federal determinou por medida provisória que a coordenação do
plano nacional de vacinação seja executada pelo Ministério da Saúde, em plano
apresentado ao STF, lançado de maneira solene no Palácio do Planalto, por todos
os governadores.
"Quebrar essa pactuação é desprezar a igualdade entre os
estados e todos os brasileiros construída ao longo de nossa história com o
programa nacional de imunização. Quebrar isso é desprezar a lealdade
federativa. Não permitam movimentos políticos e eleitoreiros se aproveitando da
vacinação", criticou o ministro.
Sem mencionar o nome de Doria, ele disse que o único objetivo da
pasta tem que ser salvar mais vidas e não "fazer propaganda própria".
Neste domingo, em São Paulo, o governador participou de vacinação da primeira
pessoa escolhida para tomar a Coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa
Sinovac em parceria, no Brasil, com o Instituto Butantan.
Monica Calazans, 54, recebeu o imunizante depois que a Anvisa aprovou o seu uso
emergencial.
Na última sexta (15), o Ministério da Saúde solicitou urgência
para a entrega das 6 milhões de doses do Butantan, por enquanto com o governo
de São Paulo. Além disso, a Fiocruz aguarda a chegada de 2 milhões de doses de
vacina da Aztrazeneca, que ainda estão em negociações diplomáticas para que
seja autorizada a entrega, segundo o próprio Pazuello.
"É provável que a gente coordene essa entrega no começo da
semana", disse o ministro. Ele disse que a Índia, que vai enviar as doses,
começaria sua vacinação no sábado (16), e por isso seria interessante que a
saída ocorresse apenas após o início da vacinação no país asiático.
O ministro está confiante que essa semana o Brasil deve receber as vacinas da
Índia e apontou que as 6 milhões de doses do Butantan são do Ministério da
Saúde.
"Todas, inclusive a que foi aplicada agora, é uma questão
jurídica. Tudo que tem no estado de São Paulo é contratado e pago pelo
Ministério da Saúde e o contrato é de exclusividade, 100% das doses",
disse o ministro.
Ele reafirmou que a coordenação do plano nacional de imunização é do Ministério
de Saúde por força de lei e está pactuado com os governadores que todas as
doses recebidas serão distribuídas de forma proporcional aos estados.
"Qualquer movimento fora dessa linha está em desacordo com
a lei", declarou.
Pazuello disse que nesta segunda (18), a partir das 7h, o
Ministério da Saúde vai iniciar a distribuição da vacina para todos os estados,
com apoio do Ministério da Defesa, com deslocamento aéreo.
"Amanhã farei uma entrega simbólica aos estados e depois a
FAB inicia a distribuição aos estados. Cada estado tem o seu plano logístico,
são pactuados conosco, mas são dos estados, que fazem a distribuição dentro dos
municípios", afirmou o ministro.
Ele afirmou que São Paulo pode fazer sua vacinação, mas que ela
deve acontecer em todos os estados. Segundo ele, a vacinação será igualitária e
simultânea.
Pazuello declarou que o Butantan tem, no momento, produzido algo
em torno de 900 mil doses e mais cerca de 1,5 milhão em fase final, chegando
próximo de 3 milhões de doses feitas no Brasil. Porém, o instituto ainda não
pediu aprovação de uso emergencial para as doses produzidas no país.
"A aprovação da Anvisa é para as 6 milhões de doses
importadas. O Butantan ainda tem que pedir e comprovar as suas ações para
conseguir a utilização de uso emergencial para as doses produzidas no Brasil",
disse o ministro.
Fonte: Jornal O Tempo