(Foto: Tania Regô/ Agência Brasil)
A nova
Lei de Falências era uma das reformas mais importantes para a economia
brasileira e ajudará a melhorar “substancialmente” a recuperação de crédito
pelas empresas. A afirmação é do secretário Especial de Fazenda do Ministério
da Economia, Waldery Rodrigues.
No último dia 24, o presidente Jair
Bolsonaro sancionou, com vetos, a nova Lei de Falências, aprovada pela
Câmara dos Deputados em agosto e pelo Senado em novembro.
A nova Lei de Falências tem o objetivo de
tornar os processos de falência mais rápidos e alinhados com práticas
internacionais. O texto moderniza mecanismos de recuperação extrajudicial e
judicial, que permitem chegar a acordos com credores e evitar a falência de uma
empresa.
Rodrigues lembrou que a taxa de
recuperação dos credores na América Latina foi mais de duas vezes maior que no
Brasil (30,9% contra 14,9%, segundo dados do Doing Business, um levantamento do
Banco Mundial sobre o ambiente de negócios nos países), em 2018. Ele
acrescentou que o tempo médio do processo estagnou em quatro anos, contra um
prazo médio de 2,9 anos na América Latina.
“A taxa de recuperação vai melhorar
substancialmente. Não seria nada surpreendente se melhorasse 100%, em menos de
4 anos. É uma meta factível, tem alta probabilidade de ser realizada”, disse
Rodrigues. A expectativa é a dobrar a taxa de normalização das empresas em
recuperação judicial, em quatro anos.
Rodrigues acrescentou que a nova lei é
importante para a recuperação da economia brasileira, afetada pela pandemia de
covid-19. “A recuperação de crédito já era importante antes e se torna mais
importante agora no momento em que estamos no final ou após 10 meses de
pandemia. É importantíssimo que a economia tenha esse oxigênio”, destacou.
Vetos em discussão
A nova lei entra em vigor no dia 23 de
janeiro de 2021. O Congresso ainda pode analisar os vetos ao projeto no próximo
ano. Para o secretário, é “possível que alguns vetos sejam derrubados.”
Entre os vetos, está o
trecho que permitia a suspensão da execução de dívidas trabalhistas. Segundo o
Palácio do Planalto, a suspensão do pagamento de débitos trabalhistas poderia
prejudicar o interesse dos trabalhadores e trazer problemas com a Justiça do
Trabalho.
Fonte: Agência Brasil