(Foto: Divulgação)
O Fantástico da Rede Globo mostrou, na edição deste domingo (20), o resgate de uma mulher que vivia em situação análoga a escrava. Segundo a reportagem, ela morava com uma família bem no centro de Patos de Minas, sendo obrigada a trabalhar sem salário e sem direito a férias, abono natalino e nenhum outro benefício.
A história veio à tona agora, mas o resgate de Madalena Gordiano ocorreu no dia 27 de novembro por auditores do Ministério do Trabalho. Eles foram até o apartamento onde ela vivia no centro de Patos de Minas e acolheram a mulher que estaria vivendo em situação análoga a escrava há mais de 30 anos.
Segundo a reportagem do Fantástico, Madalena tinha 8 anos de idade quando bateu na porta de uma casa para pedir comida. A moradora então levou a menina para morar em sua casa. Ela passou 24 anos vivendo com a professora Maria das Graças Milagres Rigueira. Como o marido da professora não quis que ela permanecesse na casa, Madalena foi mandada para a casa do filho de Maria Graças, o também professor Dalton César Milagres Rigueira.
Os auditores fiscais entrevistados na reportagem do Fantástico informaram que, na casa nova, Madalena vivia em um quarto minúsculo, sem janela e sem ventilação, com jornadas de trabalho de domingo a domingo e sem direito a salários. A reportagem ouviu um vizinho, que não quis se identificar, mas que confirmou que Madalena acordava as 4h00 da manhã para passar roupas.
A reportagem revela ainda que Madalena se casou em 2001 com um ex-combatente, tio da esposa de Dalton. O casal não chegou a morar junto e ele morreu pouco tempo depois, deixando duas pensões, que somadas chegam a quase R$ 8 mil. Madalena não recebia esse dinheiro. Tanto que chegou a escrever bilhetes com pedido de ajuda aos vizinhos para comprar materiais de higiene pessoal.
A matéria do Fantástico diz que a família que manteve Madalena naquela situação é investigada pelo Ministério Público do Trabalho por submeter uma pessoa a situação análoga a escravidão e também por apropriação indébita. Segundo a reportagem, o professor Dalton informou que não considerava Madalena uma empregada e sim uma integrante da família. Com relação ao quarto, ele informou que Madalena é que não quis ficar em um quarto maior.
O advogado da família disse ao Patos Hoje que a acusação de trabalho escravo não se aplica à relação de Madalena com a família e afirmou que a divulgação do caso viola dados sensíveis e põe em risco a segurança da família. Ele lembrou que o caso está em início de investigação. Com relação a acusação de apropriação indébita, o advogado afirmou que o caso da pensão já foi julgado e que a família foi absolvida em todas as instâncias. Madalena foi levada para um abrigo.
Assista aqui a reportagem completa.
Por Patos Hoje/ G1