O Presidente da Coopervap, Valdir Rodrigues, acompanhado do Presidente da Cemil Vasco Praça Filho e representantes da Organização das Cooperativas do Brasil esteve no Ministério da Agricultura em Brasília para buscar solução para um impasse que pode inviabilizar a captação de leite de pequenos produtores não só em Paracatu, mas em todo o Brasil.
O objetivo da reunião no Ministério foi a publicação das normativas 76 e 77 que determinam que o leite fornecido pela propriedade rural deve apresentar médias de Contagem de Bactéria Totais – CBT inferiores a 300 mil UFC/mL e de Contagem de Células Somáticas – CCS abaixo de 500 mil CS/mL;
A CBT (Contagem Bacteriana Total) diz respeito a qualidade microbiológica do leite, seu resultado indica os cuidados com higiene ao obter ou manusear o produto e junto com a CCS (Contagem de Células Somáticas) se referem a importantes parâmetros da qualidade do leite, porém, coloca os pequenos produtores sem condições de investimento e as cooperativas que acolhem esta produção contra a parede.
Se não houver uma revisão nesta normativa, os estabelecimentos captadores, como por exemplo as Cooperativas devem interromper a captação do leite do produtor que apresentar, resultado fora do padrão exigido pelo Ministério da Agricultura e isso significa que centenas de pequenos produtores terão sua única fonte de renda cessada.
“-Esse é um momento de muita preocupação porque nós já estamos intimados a cumprir uma normativa que determina o corte na captação de leite de um grande número de pequenos produtores que tem como única fonte de renda o leite da sua propriedade,” afirmou Valdir.
Os líderes Cooperativistas levaram sua preocupação ao Governo Federal e foram recebidos pelo Secretário Geral do Ministério da Agricultura, o Deputado Marcos Montes.
A Coopervap é hoje uma das Cooperativas com maior número de produtores cooperados individuais do Brasil, são mais de 1400 produtores de leite que com captação diária. Além disso, temos o maior volume de leite de uma cooperativa singular e ao mesmo tempo a maior extensão territorial, “uma situação quase única no Brasil”, explicou o Presidente da Cooperativa de Paracatu.
Segundo Valdir Rodrigues, “as grandes empresas de laticínios do Brasil selecionam os grandes produtores, aqueles com fácil acesso, enquanto as cooperativas pela sua característica, são o suporte para os pequenos produtores.”
“-Entendemos que em alguns municípios nós estamos fazendo um trabalho que é até social porque outras empresas deixaram de interessar por aquela região por falta de infra estrutura, por falta de estradas boas e até mesmo de energia e nós chegamos lá pra dar suporte, pra ajudar esses pequenos produtores. Na situação que temos hoje, essa normativa vai empurrar essas pessoas para a clandestinidade, pra vender leite em garrafas pet nas periferias, fazer queijo de maneira irregular, sem nenhum controle,” afirmou.
Fonte: Paracatu. net