(Foto: ROBERTO MOREYRA / Agência O Globo)
RIO - Um estudo publicado nesta
quinta-feira pelas autoridades de saúde dos Estados Unidos indica o provável
papel dos restaurantes e bares na pandemia do novo coronavírus.
Há
muito existem suspeitas sobre o contágio nesses estabelecimentos, onde o uso de
máscaras é baixo ou mesmo inexistente devido ao consumo de bebidas e alimentos,
razão pela qual o interior de muitos deles permanece fechado em muitos estados
americanos.
Poucos estudos, porém, buscaram
estabelecer rigorosamente a hierarquia dos locais públicos de maior risco. O
rastreamento de contatos em alguns estados dos EUA revelou que bares e
restaurantes foram a origem de muitas das infecções.
O
novo estudo não é perfeito e não consegue confirmar onde as pessoas foram
realmente infectadas, mas aponta na mesma direção. Especialistas dos Centros de
Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apresentaram um questionário a 300
pessoas atendidas em 11 hospitais em julho, das quais metade testou positivo e
a outra metade, negativo.
Entre
as perguntas estavam: Você fez compras nos 14 dias anteriores aos sintomas?
Usou transporte público? Foi a uma casa com mais ou menos 10 pessoas? Ou ao
escritório, à academia, à igreja, ao cabeleireiro, a um bar, a um
restaurante...?
Eles verificaram que participantes
negativos e positivos relataram usar máscara em proporções semelhantes e não
tinham muitas diferenças em seu comportamento para todos esses lugares, exceto
dois: bares e restaurantes.
Os
casos positivos foram a restaurantes duas vezes mais, em comparação com os
casos negativos, nas duas semanas anteriores aos primeiros sintomas. O mesmo
foi observado com relação aos bares em uma subcategoria, a de casos positivos
sem contato conhecido com casos de Covid-19.
A análise terá de ser confirmada
por outros estudos, em particular porque não faz distinção entre ambientes
fechados e abertos. Mas o estudo defende o uso de máscara para evitar a
contaminação por gotículas, sejam elas relativamente grandes (de tosse ou
espirro) ou microscópicas.
Fonte: Globo.com