O Boletim de Acompanhamento nº 8,
divulgado nesta sexta-feira (24), também apontou, pela sexta semana
consecutiva, que 100% das amostras de esgoto testaram positivo para o
novo coronavírus na bacia do ribeirão Arrudas e nas últimas oito semanas
de monitoramento na bacia do Onça. Esses resultados indicam a presença e
persistência do vírus no esgoto de todas as regiões/bairros que
compreendem as sub-bacias de esgotamento monitoradas na semana
epidemiológica 29 (13 a 17/07)”, apontam os pesquisadores.
Platô
O
estudo indicou também que, considerando os resultados obtidos nas
últimas semanas, há grande possibilidade de termos atingido o platô
superior da curva epidêmica, ou seja, uma estabilização do número de
casos por dia ou semana.
"Considerando que o número de casos de
Covid-19 confirmados acumulados reportados pela PBH no dia 16/07 foi
inferior a 14 mil pessoas, a estimativa do número de pessoas infectadas a
partir das concentrações virais determinadas no esgoto foi cerca de 35
vezes mais elevada (nas semanas epidemiológicas 28 e 29) que os casos
confirmados pelos testes clínicos acumulados desde março de 2020",
constou.
Conforme o boletim, os dados apresentados sugerem
tendência de agravamento da pandemia em Belo Horizonte nas últimas
semanas e que medidas de prevenção e controle para redução da
disseminação do vírus devem ser mantidas, pois podem ocorrer novos picos
caso tais medidas sejam flexibilizadas.
Projeto
O
projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos é realizado em 24 pontos de
coleta no sistema de esgotamento sanitário de Belo Horizonte e Contagem
pela Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs
Sustentáveis/UFMG). A ação é realizada em parceria com o Instituto
Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), Companhia de Saneamento de Minas
Gerais (Copasa) e Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
(SES-MG).
O trabalho é desenvolvido pelos professores Carlos
Chernicharo, César Mota e Juliana Araújo, do INCT, baseado em estudos
recém-publicados pela revista Lancet Gastroenterol Hepatol. Um
levantamento realizado em Amsterdã, na Holanda, mostrou que pacientes
com a coronavírus apresentaram em suas fezes o RNA do Sars-CoV-2,
causador da doença.
As amostras são analisadas no laboratório de
microbiologia do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da
Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Por O Tempo