O médico explica que, quando a vacina for liberada, a prioridade será do governo, que deve comprar doses para os grupos de risco, idosos acima de 60 anos e pacientes com comorbidades. “Esse público gira em torno de 50 milhões. Tirando os 25% supostamente já imunizados porque tiveram a Covid, sobram cerca de 100 milhões de pessoas que deveriam ser cobertas pela rede privada. Mas não sabemos como será a distribuição”, ressalta Daher.
O membro da comissão médica da ABCVAC explica que, até o momento, nenhum dos laboratórios que estão na corrida pela vacina fez contato com as clínicas. “Não existe ainda nenhuma possibilidade de reserva ou definição de como o mercado vai se comportar. O compromisso inicial é com o governo”, esclarece Daher.
“É importante frisar que, mesmo com a possiblidade da vacina, que abre a luz no fim do túnel, as pessoas não devem se descuidar. O que conhecemos até agora são as formas de prevenção. Então, devem continuar usando máscaras e mantendo o distanciamento social, para que, no ano que vem, possam aproveitar a vacina”, enfatiza o médico.
Laboratórios
O CEO da rede de laboratórios São Marcos, Ricardo Dupin, afirma que o grupo está atento ao desenvolvimento das novas vacinas contra a Covid-19, mas, até o momento, nenhuma das iniciativas em curso tem previsão real de entrada no mercado ainda em 2020. “Também ainda não há informações sobre o preço de venda da futura vacina , nem sobre os quantitativos que estarão disponíveis para cada um dos mercados. Tão logo haja uma política pública para compra e distribuição, tanto no serviços públicos, como nos privados, o Grupo São Marcos estará engajado na solução de imunização da população”, afirma Dupin.
Por meio de nota, o Laboratório Lustosa ressalta que acompanha os estudos que estão sendo realizados em institutos de pesquisa de todo o mundo, para que possa oferecer a vacina assim que ela for validada e disponibilizada. “No entanto, no momento, não há uma previsão para o fornecimento das vacinas na rede privada. Como se trata da maior pandemia dos últimos 100 anos, acreditamos na efetiva participação do setor privado na imunização da população”, diz a nota.
Fonte: O Tempo