O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou, em entrevista exclusiva à Itatiaia, que a política de combate à pandemia do governo federal é errada e genocida e que diversos estados e cidades do Brasil precisam de lockdown. Ele ainda criticou duramente o presidente, o ministro da Saúde e o ex-ministro Sergio Moro, falou em golpe militar e impeachment de Bolsonaro. Ciro é entrevistado do podcast “Abrindo o Jogo”, com Edilene Lopes, desta quarta-feira.
Coronavírus
“Eu diria a você que nós estamos fazendo tudo errado, tanto na intensidade, quanto na direção, quanto na velocidade. Esse vírus é muito peculiar, muito atípico, muito único na história recente da humanidade. Ele não tem vacina, nem remédio. Toda e qualquer afirmação na direção oposta a essa constatação é mentira”, disse.
Auxílio Emergencial
Para Ciro, com o isolamento radical, que causa colapso econômico, os governos têm que indenizar a população para que ela possa ficar em casa. Ele critica o auxílio emergencial. “Estamos fazendo uma indenização picada em três vezes, em que a Caixa Econômica, não por ela, mas pelo governo desorientado, virou o maior ponto de contaminação do país porque obriga milhões de brasileiros a ficar na fila”.
Ministro da Saúde
Ciro disparou contra o decreto presidencial, que inseriu academias e salões de beleza como serviços essenciais e criticou o ministro da Saúde Nelson Teich, chamando-o de pateta.
“É na verdade um gesto de absoluta irresponsabilidade que vai causar mortes, é genocídio, mas na medida em que o governador disse que é para fazer o isolamento e o presidente fica na direção oposta, ele próprio confraternizando com pessoas, passando a mão no nariz sem Máscara, abraçando pessoas de idade mais elevada, ele simplesmente está praticando o crime de assassinato remoto. E esse cidadão que aceitou esse vexame de entrar no meio da pandemia vai sair porque ele também está dizendo aquilo que desagrada o Bolsonaro, de que só tem uma saída, que é o isolamento social. Só um vergonhoso pateta aceita uma coisa dessa”.
Golpe militar
Ao avaliar o cenário político nacional, Ciro afirma que Bolsonaro deseja um golpe, mas que não há ambiente isso. De acordo com o ex-ministro, avaliando a composição ministerial, os militares já mandam no Brasil. “O regime militar já está implantado”.
Impeachment
Em relação a impeachment, embora entenda que seja péssimo para o país, ele acredita que deva ocorrer no ano que vem. “Essa é uma probabilidade maior, mas não para hoje, porque o impeachment é um processo jurídico e político”.
Roubo na Câmara
Ciro confidencia que quando foi colega de Bolsonaro na Câmara Federal, o via roubar e ensinou aos filhos. “O Bolsonaro obrigava seis funcionários dele, que não existiam, a assinar recibo e ele botava o dinheiro no bolso. Entre no site da Transparência da Câmara Federal e veja lá o Bolsonaro roubando gasolina, ou seja, pegando recibo falso para botar o dinheiro no bolso. Esse é o Bolsonaro que eu sempre conheci”.
Sergio Moro
Sobre a relação conturbada entre o presidente e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, Ciro disse Bolsonaro viu que “Moro estava sendo, como sempre um covarde, que estava encolhido enquanto ele enfrentava sozinho o obscurantismo de dizer tudo o que a ciência nega, enquanto o mundo todo está pedindo isolamento, ele recomendando afrouxamento. E o Moro, como bom oportunismo, sumiu”.
A entrevista completa com o ex-ministro Ciro Gomes você acompanha no "Abrindo o Jogo". O podcast está disponível nas plataformas digitais e no site da Itatiaia.
Fonte: Rádio Itatiaia