A presença do novo coronavírus foi detectada em oito de 26 amostras retiradas de esgotos de Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana. Dessas, três foram coletadas na sub-bacia do Ribeirão Arrudas e cinco na sub-bacia do Ribeirão do Onça.
Conjuntamente, estas duas sub-bacias esgotam os efluentes gerados por uma população urbana da ordem de 2,2 milhões de pessoas - cerca de 71% da população urbana destas duas cidades. Os resultados correspondem a amostras coletadas entre 14 a 24 de abril deste ano, e foram divulgados nesta segunda-feira (4).
O projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos é fruto de acordo firmado entre a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis - UFMG), em parceria com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
Seu objetivo principal é realizar a detecção e quantificação do coronavírus em amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário de BH e Contagem, elaborando mapas temporais e georreferenciados, que indiquem a ocorrência e concentração do vírus no esgoto das regiões investigadas.
De acordo com os pesquisadores, não há evidências da transmissão da Covid-19 através das fezes, mas é benéfico o mapeamento dos esgotos para indicar áreas com maior incidência da transmissão, por exemplo. Também é objeto de estudo - mas ainda não foi comprovado - é se, após passar pelo processo de tratamento, a água do saneamento fica livre do vírus.
"Com os dados obtidos, será possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do isolamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência da Covid-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão dos gestores públicos", informou a ANA.
Por O Tempo