Brasil
Publicada em 04/05/20 às 11:55h
Homem morre no dia do seu aniversário durante confusão envolvendo família e PM em Canabrava

Boa Nova FM

Um homem de 26 anos morreu no dia do seu aniversário durante uma ação da polícia no início da noite do último sábado (2) em Canabrava, distrito de João Pinheiro. A causa da morte ainda não foi revelada, mas até então está sendo tratada como infarto fulminante.

Uma briga generalizada estava acontecendo na Rua Emídio Araújo em Canabrava e a polícia foi chamada. Informações passadas durante o acionamento da Polícia informavam que o risco de um homicídio acontecer era iminente. A briga era entre membros da família e Anderson Fróis era apontado como o causador da discussão.

Segundo o boletim de ocorrência, os policiais visualizaram várias pessoas se agredindo mutuamente no meio da rua. Quando chegarem no local, uma parte dos indivíduos correu para dentro de uma residência, sendo um destes apontado como o causador de todo tumulto.

Ainda segundo informações do BO, Anderson Fróis utilizou da porta de acesso do portão para agredir o policial Sargento Darley. O militar conseguiu se desvencilhar da porta e foi empurrado por Anderson e em seguida atingido por 2 socos no rosto.

Diante das agressões sofridas e da confusão causada durante a abordagem, o militar agredido executou um golpe de varredura com um bastão tonfa, fazendo com que Anderson Fróis perdesse o equilíbrio. Ainda segundo relato do policial, a vítima bateu a cabeça no chão.

Anderson estava com dificuldade para se levantar e foi necessário o auxílio dos familiares que também estavam no local. Segundo o boletim de ocorrência, Anderson tinha problemas cardíacos. A vítima estava com a boca espumando, havia urinado em suas vestes e um farmacêutico da cidade foi até o local e recomendou que o homem fosse socorrido de imediato.

Os policiais levaram o homem até a unidade de saúde de João Pinheiro e um familiar. Anderson estava respirando no trajeto, mas ao dar entrada no hospital, já não apresentava sinais vitais. Foi constatado também escoriações na mão direita e no rosto do militar.

Depoimentos de testemunhas foram coletados durante a confecção do boletim de ocorrência, tendo eles relatado que vários familiares estavam participando de uma festa de aniversário e que a vítima, Anderson Fróis, foi agredido pela esposa e começaram a discutir e a partir daí o tumulto se iniciou.

As testemunhas disseram que viram quando Anderson agrediu o policial militar com socos e depois perceberam que Anderson estava caído, passando mal e ofegante.

O JP Agora ligou para uma testemunha que não quis se identificar e em relato ela confirmou que agrediu a vítima, Anderson Fróis, e também relatou que ele fez uso de “rapé”.

“Ele queria dinheiro para beber e estava demais, desde cedo estava bebendo, bebia dose de pinga e cerveja. A polícia chegou, ele foi correndo fechou o portão e acertou o Darley, não é porque ele morreu que vou ficar defendendo, ele foi pra cima dele. O Darley bateu na cabeça dele e ele caiu passando mal, caiu urinando. Mais cedo ele estava vomitando, já estava sentindo o começo do infarto. O médico disse que era problema de infarto e que ele poderia infartar a qualquer hora”, afirmou.

Durante a ligação, a testemunha desabafou e disse que pela manhã Anderson relatou que cheirou um “Rapé”, não sabendo precisar qual tipo de substância era. “Ele não tinha lugar nem de dormir porque eles não o apoiaram, eu o acolhi. Na hora que ele mais precisou eu estava lá, ele sempre mexeu com coisa errada, isso não é novidade”, desabafou.

O JP Agora também entrou em contato com a irmã do Anderson Fróis. Ela apresentou uma versão diferente dos fatos. No depoimento dela, Anderson fechou o portão e não agrediu o policial, apenas disse que era uma discussão familiar e que tudo se resolveria sem intervenção da Polícia Militar.

Jéssica Fróis, irmã de Anderson, também disse que três policiais bateram em seu irmão até a morte, porém não viu sangue no chão, apenas observou os hematomas. Questionada sobre o uso de drogas de seu irmão, Jéssica respondeu que sabia que ele usava maconha, mas nunca o viu usando entorpecentes. “Tenho certeza que no dia da morte ele não usou nenhum tipo de droga, ele estava normal”.

O JP Agora também perguntou à Jéssica sobre o problema cardíaco que Anderson apresentava. Ela confirmou e disse que não era nada grave. “Ele tinha esse problema no coração, mas nunca tomou remédio, nunca passou mal”.

Sobre a questão de representação contra os policiais, Jéssica contou que ainda não procurou nenhum advogado pois a família ainda está em processo de luto. “Esperamos que a justiça seja feita”, finalizou.

O caso será investigado pela justiça judiciária. Embora seja procedimento padrão, o policial Darley, foi detido e ficou aquartelado pela Justiça Militar.

Por JP Agora




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