Após a repercussão da fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o número de mortes no país pela COVID-19, deputados bolsonaristas saíram em defesa do presidente nesta na quarta-feira (29), na porta do Palácio do Alvorada. Eles pediram que a população cobre de governadores pelo número de mortes, pressionando para uma flexibilização do isolamento social.
"Vocês precisam pressionar os prefeitos de suas cidades, pois há munícipios brasieiros que poderiam estar andando normalmente. Não é possível que a gente estimule o desemprego da forma que está havendo. Vai ter muito mais morte por desemprego do que por coronavírus. Toda morte é sentida", disse a deputada federal Carla Zambelli (PSL), ao pedir que governadores assumam a culpa pelo aumento do número de mortes no país.
Em resposta aos jornalistas, o presidente ainda disse que a decisão sobre a flexibilização do isolamento foi decidida pelo Supremo e cabe aos governadores e prefeitos tomar a decisão. " O Supremo decidiu que quem decide essas questões são os governadores e prefeitos, então cobrem deles. A minha opinão não vale, o que vale são os decretos"
Ontem, Bolsonaro foi criticado depois de responder a questionamentos sobre o Brasil ter passado a China no número de mortes pela COVID-19. "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse, em referência ao próprio sobrenome. “Mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente, a gente quer ter uma morte digna e deixar uma boa história para trás. O que eu mais quero é entregar um Brasil muito melhor do que eu recebi para quem vier me suceder."
A deputada federal Bia Kicis (PPR) também manifestou apoio ao presidente. Em sua fala, ela alega que a imprensa não exibiu com exatidão a fala do presidente ao comentar o número de mortes e que afirma estar 'chocada com a distorção feita pela imprensa'.
Segundo o Ministério da Saúde, 474 novas mortes foram confirmadas nas últimas 24 horas, totalizando 5.017 no país. É a maior elevação diária do número de mortes para um único dia, lembrando que esse número diz respeito aos óbitos que foram confirmados no período, independentemente da data em que tenham ocorrido.
De acordo com os números da Organização Mundial da Saúde (OMS), a China registra 4.643 mortes decorrentes da COVID-19. De acordo com a atualização divulgada pelo governo federal, o número de casos no Brasil cresceu 8,1%, chegando a 71.886 (acréscimo de 5.385 casos). Na China, são 84.347 casos.
Por CNN