(Foto: Amanda Antunes/Itatiaia)
A Polícia Civil detalhou na manhã desta quarta-feira a investigação ao asilo Acolhendo Vidas Para a Vida, no bairro Barreiro do Amaral, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde 18 pessoas morreram por maus-tratos e ao menos 76 foram vítimas deste tipo de crime.
O inquérito foi concluído nessa terça (1º). Foram indiciadas a dona do lar de idosos, a pastora Elizabeth Lopes Ferreira, de 47 anos, o marido dela, Paulo Lopes Ferreira, de 53, as filhas dela, Poliana Lopes Ferreira, de 27, e Patrícia Lopes Ferreira, de 21, e o cuidador Jorman Alexander Venâncio do Amaral, de 47. O dono do imóvel onde funcionava o asilo responderá por lesão leve por ser suspeito de ter dado tapas em uma interna.
A delegada Bianca Prado afirma que algumas mortes estão ligadas a negligência. “Há relatos de pessoas que tiveram a situação física agravada. A pessoa tinha uma ferida, ela [Elizabeth] não limpava e a aumentava com bengaladas. Um senhor chegou ao hospital com bicheira nas feridas. Outro chegou com infecção grave por feridas não tratadas.”
Os investigadores descobriram dois casos de estupro. Uma das vítimas foi uma jovem de 23 anos que é cadeirante. “Há o relato de mais de uma testemunha de que viram eles [Elizabeth e Paulo] beijarem a boca dessa menina à força. Ela não tem condição física de tirar a roupa e os cuidadores relatam que ela ia dormir vestida. À noite só quem tomava conta do local eram o Paulo e a Elizabeth e, pela manhã, [os cuidadores] encontravam ela despida. Outra interna contou que essa menina gritava à noite devido aos abusos”, afirma.
Um idoso de 72 anos também teria sido abusado. “Ele relata que a Elizabeth o forçava ao sexo oral nela e penetrava o dedo no ânus dele”.
A delegada diz que houve relatos de diversos tipos de tortura. “Bofetadas, socos, chutes, quebraram uma cadeira no idoso, afogamento na piscina, balde de água fria”, explica Bianca, que pede para mais testemunhas procurem a polícia e relatar o que viram. Os idosos foram transferidos para outras clínicas.
Por Rádio Itatiaia