Durante congresso de medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), especialistas promoveram discussões sobre as principais doenças tropicais que assolam o país, como dengue, zika e chikungunya. Uma notícia boa, confirmada durante o evento, é que a pessoa que tem o vírus da dengue pode estar protegida contra o vírus da zika.
“Quando tivemos o início da epidemia da zika, estudamos até se a microcefalia poderia ser causada pelo vírus da dengue. Isso porque os vírus da dengue e zika são muito parecidos. Depois de alguns anos de estudos na área, descobrimos que, na verdade, o que acontece é o contrário. As pessoas que tiveram dengue, antes de ter zika, apresentaram poucos, ou nenhum sintoma da zika. Então a pessoa ficou protegida contra a zika. A notícia é ainda melhor quando falamos em vacina contra a dengue. Uma dose contra a dengue pode imunizar a pessoa também contra a zika”, detalha o médico e professor da Universidade de São José do Rio Preto, Maurício Nogueira.
Uma preocupação dos especialistas é a dificuldade em reduzir a população de mosquitos aedes aegypti, já que inseticidas usados estão tornando os mosquitos mais resistentes. De acordo com o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, José Bento, a solução mesmo para acabar com aedes é a ajuda da população. “Sem o uso dos inseticidas, a outra solução para acabar com o mosquito é a contribuição da população para eliminar os criadouros. Além disso, temos problemas sociais como o abastecimento de água, saneamento básico, lixo jogado em qualquer local, isso tudo contribui para que o mosquito se reproduza”, alerta o pesquisador.
Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, neste ano, foram contabilizados até o momento, 460.721 casos prováveis de dengue. Foram confirmadas 117 mortes causadas pela doença. Já em relação à Zika, foram registrados 958 casos prováveis em 2019, até a data de atualização do boletim, na última segunda-feira, dia 29 de julho.
Por Jacqueline Moura/Itatiaia