Em áudio vazado para a Veja, Bolsonaro diz a Bebianno que Globo é inimiga Vazamento desmente declaração de Carlos Bolsonaro, embasada pelo pai, de que Bebianno não teria falado com Jair Bolsonaro e abre nova frente da guerra no Planalto
Boa Nova FM
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Um dia após a exoneração
de Gustavo Bebianno da secretaria-geral da Presidência, o site da revista Veja
trouxe nesta terça-feira (19) áudios vazados do ex-aliado com Jair Bolsonaro.
Em troca ríspida de mensagens, Bolsonaro critica o agendamento de uma reunião
de Bebianno com o vice-presidente de Relações Institucionais da do Grupo Globo
e chama a emissora de inimiga.
“Gustavo, o que eu acho desse cara da Globo dentro do Palácio do
Planalto: eu não quero ele aí dentro. Qual a mensagem que vai dar para as outras
emissoras? Que nós estamos se aproximando da Globo. Então não dá para ter esse
tipo de relacionamento. Agora… Inimigo passivo, sim. Agora… Trazer o inimigo
para dentro de casa é outra história. Pô, cê tem que ter essa visão, pelo amor
de Deus, cara. Fica complicado a gente ter um relacionamento legal dessa forma
porque cê tá trazendo o maior cara que me ferrou – antes, durante, agora e após
a campanha – para dentro de casa. Me desculpa. Como presidente da República:
cancela, não quero esse cara aí dentro, ponto final”, declara Bolsonaro.
Paulo
Tonet, que atua como uma espécie de lobista da Globo em Brasília, já teria se
reunido com outros membros do núcleo duro do governo. Segundo a jornalista,
Desde janeiro, Tonet já se reuniu com os generais Augusto Heleno e Santos Cruz
e também com Onyx Lorenzoni. O encontro com Bebianno acabou cancelado.
Mentiras
Os áudios a que Veja teve acesso provam que, se alguém mentiu no episódio,
foram o presidente e o filho. Bebianno, como se pode constatar nas gravações,
falou com o presidente através de mensagens escritas e pelo menos treze
mensagens de áudio.
Enquanto
esteve internado no Hospital Albert Einstein, após cirurgia para retirada da
bolsa de colostomia, Jair Bolsonaro viu explodir o escândalo das candidaturas
laranjas no PSL, que envolvem diretamente o ex-coordenador de campanha e homem
que o levou ao partido. Bebiano, no entanto, negava-se a dizer que estaria com
relações estremecidas com o presidente, declarando ter falado com ele. Porém, o
filho de Jair, Carlos Bolsonaro (PSC/RJ) divulgou tuíte em que dizia que
Bebianno teria mentido e que o pai não teria falado com o ex-ministro.
Os
áudios vazados para a Veja mostramque houve uma intensa troca de mensagens
escritas e de áudio, todas via WhatsApp, entre o presidente Jair
Bolsonaro e Bebianno. O clima era quente e não faltaram trocas de
acusações em tom ríspido.
Em
um dos trechos divulgados, Bolsonaro defende Carlos, dizendo que o filho não
está “incitando a saída” de Bebianno. Antes, Bebianno encaminhara cópia a Bolsonaro
de uma mensagem de um jornalista (que não é identificado) dizendo que Carlos
vinha conversando com deputados para derrubar o ministro.
“O
caso incitando a saída é mais uma mentira. Você conhece muito bem a imprensa,
melhor do que eu. Agora: você não falou comigo nenhuma vez no dia de ontem. Ele
esteve comigo 24 horas por dia. Então não está mentindo, nada, nem está
perseguindo ninguém”.
Bebianno,
então responde, acusando Carlos.
“Há
várias formas de se falar. Nós trocamos mensagens ontem três vezes ao longo do
dia, capitão. Falamos da questão do institucional do Globo. Falamos da questão
da viagem. Falamos por escrito, capitão. Qual a relevância disso, capitão?
Capitão, as coisas precisam ser analisadas de outra forma. Tira isso do lado
pessoal. Ele não pode atacar um ministro dessa forma. Nem a mim nem a ninguém,
capitão. Isso está errado. Por que esse ódio? Qual a relevância disso? Vir a
público me chamar de mentiroso? Eu só fiz o bem, capitão. Eu só fiz o bem até
aqui. Eu só estive do seu lado, você sabe disso. Será que você vai permitir que
o senhor seja agredido dessa forma? Isso não está certo, não, capitão.
Desculpe”, declara.
Pacificador
Em outro áudio enviado ao presidente, Bebianno lembra que é um pacificador, em
contraste com a personalidade espinhosa de Carlos, e chegou a ser aceito no
convívio com os militares que antes lhe rejeitavam – e volta a garantir que não
faltou com a verdade. “Ontem eu falei com o senhor três vezes, sim”.
“Eu
só prego a paz, o tempo inteiro. O tempo inteiro eu peço para a gente parar de
bater nas pessoas. O tempo inteiro eu tento estabelecer uma boa relação com
todo mundo. Minha relação é maravilhosa com todos os generais. O senhor se
lembra que, no início, eu não poderia participar das reuniões de quarta-feira,
porque os generais teriam restrições contra mim? Eu não entendia que restrições
eram aquelas, se eles nem me conheciam. O senhor hoje pergunte para eles qual o
conceito que eles têm a meu respeito, sabe, capitão? Eu sou uma pessoa limpa,
correta. Infelizmente não sou eu que faço esse rebuliço, que crio essa crise.
Eu não falo nada em público. Muito menos agrido ninguém em público, sabe,
capitão? Então quando eu recebo esse tipo de coisa, depois de um post desse, é
realmente muito desagradável. Inverta. Imagine se eu chamasse alguém de
mentiroso em público. Eu não sou mentiroso. Ontem eu falei com o senhor três
vezes, sim. Falamos pelo WhatsApp. O que é que tem demais? Não falamos nada
demais. A relevância disso… Tanto assunto grave para a gente tratar. Tantos
problemas. Eu tento proteger o senhor o tempo inteiro. Por esse tipo de ataque?
Por que esse ódio? O que é que eu fiz de errado, meu Deus?”
Bolsonaro
então diz que não falará mais com Bebianno.
“Ô,
Gustavo, usar da… Que usou do Whatsapp para falar três vezes comigo, aí é
demais da tua parte, aí é demais, e eu não vou mais responder a você. Outra
coisa, eu sei que você manda lá no Antagonista, a nota (sobre Bolsonaro não
atender Bebianno) foi pregada lá. Dias antes, você pregou uma nota que tentou
falar comigo e não conseguiu no domingo. Eu sabia qual era a intenção, era
exatamente dizer que conversou comigo e que está tudo muito bem, então faz o
favor, ou você restabelece a verdade ou não tem conversa a partir daqui pra
frente.”
Viagem à Amazônia
Em outro momento da troca de mensagens, Bebianno envia ao presidente uma nota
que informa que ele e mais dois ministros – Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e
Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos – viajariam para o Pará
para discutir projetos para a Amazônia com líderes locais. Bolsonaro
desautoriza o ministro, de forma irritadiça.
“Gustavo,
uma pergunta: “Jair Bolsonaro decidiu enviar para a Amazônia”? Não tô
entendendo. Quem tá patrocinando essa ida para a Amazônia? Quem tá sendo o
cabeça dessa viagem à Amazônia?”
Bolsonaro,
então liga para Damares e Salles, e retorna para Bebianno. “Ô, Bebianno.
Essa missão não vai ser realizada. Conversei com o Ricardo Salles. Ele tava
chateado que tinha muita coisa para fazer e está entendendo como missão minha.
Conversei com a Damares. A mesma coisa. Agora: eu não quero que vocês viajem
porque… Vocês criam a expectativa de uma obra. Daí vai ficar o povo todo me
cobrando. Isso pode ser feito quando nós acharmos que vai ter recurso, o
orçamento é nosso, vai ser aprovado etc. Então essa viagem não se realizará, tá
OK?”
Fonte: Forum
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