A juíza federal Gabriela Hardt
condenou o ex-presidente Lula a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro na ação penal que envolve o sítio Santa Bárbara,
em Atibaia, interior de São Paulo. O petista foi sentenciado por supostamente
receber R$ 1 milhão em propinas referentes às reformas do imóvel, que está em
nome de Fernando Bittar, filho do amigo de Lula e ex-prefeito de Campinas, Jacó
Bittar. Segundo a sentença, as obras foram custeadas pelas empreiteiras OAS,
Odebrecht e Schahin.
A Lava Jato afirma que o sítio
passou por três reformas: uma sob comando do pecuarista José Carlos Bumlai, no
valor de R$ 150 mil, outra da Odebrecht, de R$ 700 mil, e uma terceira
reforma na cozinha, pela OAS, de R$ 170 mil, em um total de R$ 1,02 milhão.
Em interrogatório, Bumlai
declarou não ter pago "nem um real" nas obras. O sítio de Atibaia está
em nome do empresário Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar, amigo de longa
data do ex-presidente.
Em depoimento, Fernando Bittar
negou que tenha pago a obra. "Eu não sei dizer se eles (Lula e Marisa)
pagaram. Mas na minha cabeça…"
Apontado por delatores como o
homem de confiança do ex-presidente que tocou a obra do sítio, o ex-segurança
de Lula Rogério Aurélio Pimentel afirmou ter sido o "capataz" das
reformas no imóvel e confirmou os pagamentos da Odebrecht.
Ação
O sítio Santa Bárbara é pivô da
terceira ação penal da Lava Jato no Paraná, contra o ex-presidente – além
de sua segunda condenação. O petista ainda é acusado por corrupção e lavagem de
dinheiro por supostas propinas da Odebrecht – um terreno que abrigaria o
Instituto Lula e um apartamento vizinho ao que morava o ex-presidente em São
Bernardo do Campo. O processo também já teve a entrega de alegações finais e
aguarda sentença.
Prisão
O ex-presidente já cumpre pena
de 12 anos e um mês de prisão no caso triplex, em sala especial na sede da
Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, desde 7 abril de 2018, por ordem do
então juiz federal Sérgio Moro.
Lula foi sentenciado pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região pelos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro envolvendo suposta propina de R$ 2,2 milhões da OAS
referente às reformas do imóvel.
Fonte: Agência Estado