Depois de duas tragédias consecutivas com barragens no Estado, a
preocupação com a segurança desse tipo de construção aumentou muito nos
municípios mineiros, em especial onde os empreendimentos, minas e barragens são
próximas às cidades.
Em Paracatu, a mineradora
Kinross tem feito um trabalho de aproximação com a comunidade, recebendo
autoridades, líderes comunitários, imprensa e a comunidade em geral para
visitas guiadas, palestras e entrevistas que buscam esclarecer e tranquilizar a
comunidade, mas que ainda deixa muitas dúvidas.
Durante uma destas visitas,
questionado sobre a “garantia” de estabilidade nas barragens da mina de
Paracatu, Leonardo Padula, Gerente de Barragens da Kinross afirmou que:
“A garantia que a empresa dá é baseada num conjunto de procedimentos e
processos de projetos, construção, monitoramento e atendimento a requisitos
legais, que nos dão condições de demonstrar a condição estável das nossas
barragens. Uma barragem não rompe de repente. Nós temos equipes treinadas,
dedicadas, preparadas exclusivamente para cuidar das barragens e esse conjuntos
de processos aliado as auditorias e fiscalização de órgãos estaduais e federais
nos permite garantir a condição estável das estruturadas de nossas
barragens.” Garantiu.
Nossa reportagem esteve em uma
destas visitas e constatou que a barragem de Santo Antônio, construída em 1987,
não recebe mais rejeitos, contudo é considerada ativa, pois funciona como uma
espécie de caixa d’água de passagem para as operações da empresas, conforme nos
explicou o Engenheiro Alessandro Lucioli Nepomuceno. “Os procedimentos de monitoramento e
fiscalização são os mesmos da barragem Eustáquio, construída em 2010,”
complementou.
Conforme nossa reportagem já havia adiantado, os métodos de construção das
duas barragens (métodos alteamento a jusante e por linha de centro) são
diferentes do método utilizado na construção das barragens de Mariana e
Brumadinho (alteamento pelo método a montante).
Após o rompimento da barragem
em Mariana, em 2015, a empresa começou a executar planos de ação de emergência
com treinamento e simulados com as comunidades vizinhas.
Segundo a empresa, há duas sirenes fixas instaladas em cada barragem,
outras quatro móveis, instaladas em caminhonetes, além de outras dez sirenes
que estão sendo instaladas em povoados e comunidades rurais que podem ser
afetados.
Ainda de acordo com a Kinross, o monitoramento das barragens é feito
também através de instrumentos que são monitorados com frequência e inspeções
quinzenais realizadas por equipes especializadas que vão a campo observar as
estruturas.
Todos os dados são reportados
as agências reguladoras. A última fiscalização foi no final de 2018.
Segundo Gilberto
Azevedo, Gerente Geral da Kinross, tanto a FEAM (órgão fiscalizador estadual)
quanto a DNPM (órgão fiscalizador federal) estiveram mais de uma vez no último
ano na Kinross.
Durante a visita, os
responsáveis pela empresa ainda afirmaram que apesar da proximidade das
barragens de rejeito da cidade, caso haja o rompimento, o rejeito não atingirá
a cidade, isso porque, as barragens estão em direção oposta a área urbana. Quatro comunidades sofreriam
diretamente com o rompimento da barragem, sendo: Santa Rita, Lagoa de Santo
Antônio, Machadinho e Cunha.
A barragem Santo Antônio (que
não recebe rejeitos desde 2015) tem 399 milhões de metros cúbicos. Já a de
Eustáquio, faz o armazenamento dos resíduos da mineração e água, foi construída
em 2010 e hoje está com 148 milhões de metros cúbicos, o que confirma um volume
11 vezes maior do que a de Brumadinho.
Sobre as explosões e o impacto
nas barragens
De acordo com o gerente de
segurança da barragem, Leonardo Padula, as explosões apontadas pelos moradores
são utilizadas para o desmonte da rocha, não afetam a estrutura das
barragens. “-A
estrutura já foi construída para suportar esse tipo de evento. Os níveis das
explosões estão dentro das normas e das melhores práticas de engenharia”, garantiu o gerente.
Sobre Plano de Fechamento das
Barragens
Por duas vezes perguntamos
sobre o Plano de Fechamento das barragens, mas a empresa não informou sobre os
procedimentos adotados após o final das operações ou que já estariam sendo
implementados, uma vez que parte das atividades em uma das barragens já se
encerrou.
A próxima visitação da comunidade nas barragens será no dia 06 de
Fevereiro e os interessados devem enviar e-mail para casa.kinross@kinross.com
Fonte: Paracatu.net