Brasil
Publicada em 14/01/19 às 17:51h
Conversar e acariciar o bebê ainda na barriga ajuda no desenvolvimento cerebral da criança

Boa Nova FM

Você já deve ter visto mães conversando e acariciando seus bebês ainda na barriga. Sabia que essa ação faz parte de um processo significativo para o princípio do desenvolvimento cerebral da criança? É o início da criação dos laços afetivos. O amor oferecido aos pequenos antes mesmo do nascimento e nos primeiros anos de vida vai ajudar na construção da personalidade e pode proteger contra várias doenças e problemas de relacionamento. Os efeitos podem ser observados em longo prazo, na fase adulta.

Segundo a médica pediatra Marta Fontes da Silva, algumas partes do cérebro podem não se formar adequadamente ou não se desenvolver. “Nosso cérebro só completa a formação aos 21 anos de idade, até lá tudo que a criança vivencia fisicamente e emocionalmente pode afetar esse desenvolvimento”, diz. Se ela receber amor e carinho e for tocada desde os primeiros momentos de vida o cérebro vai ter desenvolvimento pleno, mas se a criança não for desejada e sofrer algum tipo de privação ou violência, esse estresse vai liberar substâncias que vão prejudicar o desenvolvimento dessa criança.

A médica ainda alerta para o estado emocional da mãe, já que hormônios vão agir no bebê também.  “Se a mulher grávida sofre algum tipo de violência, seja física ou emocional, como agressão ou a perda uma pessoa querida, a liberação de grandes quantidades de adrenalina vai provocar estresse no bebê”, alerta a pediatra Marta Fontes. A consequência é a diminuição do cérebro, já que não vai haver a produção da ocitocina, substância conhecida como hormônio do amor. A parte do cérebro chamada de lobo pré-frontal não vai se desenvolver assim, a criança não vai se desenvolver adequadamente.

O vínculo afetivo deve começar ainda na gestação, como conversar, acariciar a barriga e até cantar. “Os laços com o pai também devem ser estimulados, por isso, a presença dele é tão importante quanto da mãe. Crianças que são retiradas dos pais e mandadas para abrigos, por exemplo, têm o emocional muito prejudicado, assim determinadas partes do cérebro podem ser comprometidas causando a hiperatividade e o déficit de atenção”, ressalta a especialista. 



Por Jacqueline Moura/ Itatiaia 




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