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Moradores de Belo Horizonte estão em estado de alerta por causa de morcegos encontrados com o vírus da raiva. Neste ano, os animais já apareceram mortos e doentes em quase todas as regionais da cidade. “Até o momento foram 14 morcegos encontrados mortos com a doença. Só não tivemos casos nas regionais Nordeste e Noroeste”, Cláudia Capistrano, gerente de Operações de Zoonoses da capital mineira.
Com o surgimento desses casos, algumas medidas estão sendo adotadas, como a vacinação de porta em porta para cães e gatos que não estejam imunizados. O recolhimento de animais de rua também é intensificado. “Depois da campanha de vacinação contra a raiva, a vacina não fica disponível o ano todo nos centros de saúde. As pessoas que não tiverem vacinado seus animais devem procurar a vacina no Centro de Controle de Zoonoses, no bairro São Bernardo, na região Nordeste, onde a vacina fica disponível o ano todo”, afirma a gerente.
Mas o que é a raiva? O infectologista Estevão Urbano, da Unimed-BH, explica que a raiva é uma doença grave, infecciosa, causada por vírus e contagiosa. “O vírus da raiva é quase 100% fatal. A doença é transmitida para humanos através de animais contaminados como cães, gatos e morcegos que são os mais comuns, mas outros animais também podem transmitir a doença, principalmente aqueles com comportamento mais violento”, explica.
De acordo com o infectologista, os sintomas da raiva são progressivos e podem evoluir para fatalidade. O vírus ataca o sistema nervoso central e por causa disso a pessoa pode ter irritabilidade em excesso, ficar muito agitada, salivar bastante, ter pavor em ver líquido, sensibilidade à luz, espasmos, convulsões e, em fase mais grave, entrar em coma, ter parada cardiorrespiratória e morrer.
A forma de prevenção da doença é a vacinação de pessoas que são expostas ao vírus, como aquelas que trabalham com vírus em laboratório e veterinários, por exemplo. A imunização de animais que podem transmitir a doença também é muito importante para evitar a transmissão da doença.
“O tratamento para a pessoa que for mordida por um animal que tem raiva deve ser imediato. O profissional da saúde vai definir se é necessário a vacinação e tomar o soro antirrábico, mas o atendimento rápido é essencial para o tratamento, já que a doença pode evoluir para óbito”, detalha Estêvão Urbano.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, há 33 anos não há registro de casos de raiva em humanos em Belo Horizonte e há 28 anos não há registros de raiva canina.
Por jacqueline Moura/itatiaia