Minas Gerais confirmou, nesta terça-feira (27), um foco de gripe aviária. A identificação ocorreu em três aves ornamentais, em um sítio de Mateus Leme, na região metropolitana de Belo Horizonte. Em função da identificação, o governador Romeu Zema (Novo) decretou emergência sanitária, em edição especial do Diário Oficial.
"As medidas de monitoramento, as ações preventivas e a análise de riscos da IAAP serão realizadas em cooperação com o setor privado e o poder público, observados os princípios e as diretrizes estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, bem como os protocolos sanitários estabelecidos na legislação vigente", diz o texto publicado pelo chefe do Executivo. O decreto tem validade de 180 dias.
De acordo com o painel de monitoramento de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o foco se deu em uma espécie de cisne negro. Em vídeo enviado à imprensa, o vice-governador, Mateus Simões (Novo), disse que o contágio aconteceu pela passagem de aves migratórias.
"É um risco que infelizmente acontece. E repito, todas as providências estão sendo tomadas. Todos os recursos físicos, estruturais e financeiros estão já à disposição das nossas autoridades sanitárias e não há qualquer risco no consumo de carne ou de ovos", detalhou Simões.
À reportagem, o prefeito de Mateus Leme, Renílton Coelho (Republicanos), informou que o vírus foi identificado além do cisne negro, em dois gansos. As suspeitas surgiram no dia 16 de maio, quando os animais foram encontrados mortos e recolhidos para exames laboratoriais. O Executivo municipal monitora, agora, os humanos que vivem no sítio e que podem ter tido algum contato com os animais infectados.
Esse monitoramento será feito por dez dias, para observar se houve manifestação de sintomas. "Todas as medidas sanitárias já estão sendo tomadas, quero tranquilizar a população que não existe risco comunitário", disse Coelho. O prefeito reforçou que não há risco às granjas do município e que, do ponto de vista econômico, não há impactos à cidade. "É uma atividade que não tem muita relevância econômica aqui", completou.
Medidas sanitárias
O caso não é o primeiro registrado em Minas. Em 2023, houve uma confirmação em um pato de vida livre, também diagnosticado com Influenza Viária de Baixa Patogenicidade (H9N2). Desta vez, trata-se de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).
Em nota, o Executivo informou que as medidas integram o Plano de Contingência da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), firmado entre União, Estados e setor produtivo. O documento foi editado em 2022, quando surgiu o primeiro foco da doença na América do Sul.
"Até o momento, não há qualquer comprometimento da produção avícola do estado", frisou o governo. Conforme o Executivo, as ações de monitoramento e prevenção incluem medidas de biosseguridade das granjas comerciais, políticas de educação sanitária e vigilância nas propriedades classificadas como risco, cadastro e vistoria em criatórios de subsistência, além de ações sanitárias em eventuais áreas de foco da doença.
"A transmissão das aves para os humanos não é comum, mas pode ocorrer em pessoas expostas a uma grande carga viral ou que estejam com baixa imunidade. A Influenza Aviária não é transmitida pelos alimentos, desde que esses sejam bem cozidos", completou o governo mineiro.
Fonte: O Tempo