Brasil
Publicada em 22/11/24 às 08:03h
Chips usados em grupo para tramar golpe de estado foram habilitados no mesmo dia em Uberlândia

Boa Nova FM

Quatro linhas telefônicas, utilizadas no grupo de conversas que articulava a tentativa de golpe de Estado através do plano de militares do Exército para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram habilitadas em Uberlândia. Nas trocas de mensagens, os golpistas tramaram também a prisão do ministro Alexandre de Moraes. (Veja o print acima).

Segundo a Polícia Federal, os integrantes que participavam das discussões usavam codinomes de países que estavam disputando a Copa do Mundo naquele mês, especificamente em 15 de dezembro de 2022.

"Às 20h33, a pessoa associada ao codinome 'Brasil' informa um dos locais em que estavam atuando: 'Estacionamento em frente ao Gibão Carne de Sol [restaurante], estacionamento da troca da primeira vez'. Em seguida, 'Gana' informa que já estava no local combinado: 'Tô na posição'. O interlocutor 'Brasil' responde: 'Ok', continua a PF".

Mas, por algum motivo ainda não claro, os golpistas desistem da operação após o STF, que estava reunido em plenário naquele dia, ter decidido adiar um julgamento que estava em análise no momento.

A trama golpista foi revelada pela PF na terça-feira (19), quando a corporação deflagrou uma operação para prender os envolvidos no plano de matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.

Habilitações aconteceram no Jardim Europa

Segundo relatório assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, todas as habilitações ocorreram sequencialmente no dia 3 de dezembro de 2022, em uma unidade das Lojas Americanas localizada no Jardim Europa.

Os chips, conforme o documento, foram adquiridos de forma simultânea em Uberlândia e registrados em nome de terceiros, que não tinham qualquer relação com o esquema golpista.

"A referida estratégia de utilização de dados de terceiros é chamada de 'anonimização', que, segundo a Polícia Federal, é 'técnica empregada na doutrina de Forças Especiais do Exército para não permitir a identificação do verdadeiro usuário'", afirma o documento.

Ainda de acordo com o relatório, as linhas habilitadas na cidade do Triângulo Mineiro eram relacionadas aos codinomes Argentina 2, Áustria, Brasil e Gana, utilizados no grupo de conversa 'Copa 2022', no aplicativo Signal.

O que diz a Americanas?

Em nota à TV Integração, a Americanas informou que teve conhecimento da compra dos citados aparelhos pela imprensa e que a companhia repudia qualquer tipo de ato e violência que ameace pessoas, instituições e a democracia.

Fonte: G1 



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