(Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Um esquema de transporte
irregular de gado, a partir da emissão de documentos essenciais para
comercialização, é investigado pela Polícia Civil, em João
Pinheiro, no Noroeste de Minas Gerais nesta quarta-feira (13).
De acordo com a Polícia
Civil, houve mais de 83 mil movimentações suspeitas de cabeças de gado, entre
2022 e 2024. O valor estimado supera R$ 421 milhões.
Até o momento foi
identificado que a quadrilha conta com 12 envolvidos. Entre eles estão três
funcionários da unidade do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) de João
Pinheiro, um empresário do ramo de contabilidade e produtores rurais.
Mandados de busca e
apreensão
De acordo com a Polícia
Civil, nesta quarta foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, sendo 12
em João Pinheiro, incluindo o escritório do IMA. Outro mandado foi cumprido na
casa do suspeito apontado como principal articulador do esquema, em Brasília
(DF).
Durante as buscas foram
apreendidos:
celulares;
computadores;
notebooks;
pen-drives;
HDs externos;
cheques que somados
ultrapassam R$ 5 milhões;
mais de R$ 30 mil em
dinheiro em espécie;
Guias de Trânsito Animal
(GTAs);
documentos de transferência
de gado;
notas fiscais;
agendas com anotações de
transações;
registros manuscritos de
movimentações financeiras;
documentos do IMA
relacionados com transações investigadas.
O esquema
Ainda conforme a Polícia
Civil, a investigação começou depois que uma vítima descobriu que 300 bovinos
que estavam cadastrados em seu nome no IMA foram transferidos sem autorização.
“Essa notícia-crime levou à
instauração de inquérito policial. Com o aprofundamento das investigações,
revelou-se que o caso inicialmente denunciado era apenas a ponta do iceberg de
um esquema criminoso muito mais amplo e sofisticado”, disse o delegado Danniel
Pedro Lima de Araujo da Conceição.
De acordo com o delegado, a
investigação indicou que os sistemas oficiais foram usados para emitir
documentos e realizar transferências irregulares mediante pagamento,
caracterizando um esquema sistemático de fraudes que pode ter vitimado outros
proprietários de gado da região.
O delegado completou que,
segundo apontam os levantamentos policiais, as fraudes tinham diversas
finalidades ilícitas, como acobertar furtos de gado, legitimar a origem de
animais de procedência duvidosa, ou mesmo facilitar golpes financeiros.
Entre os crimes investigados
estão inserção de dados falsos em sistema de informações, corrupção passiva,
corrupção ativa, lavagem de dinheiro, associação criminosa, estelionato e
falsificação de documento público.
“O IMA prontamente forneceu
toda documentação solicitada pela Polícia Civil, incluindo relatórios
detalhados de movimentações de gado, registros de emissão de GTAs e dados
cadastrais. A análise desse material permitiu mapear o esquema criminoso e
identificar seus principais integrantes”, finalizou o delegado.
Fonte: G1