(Foto: Ilustrativa )
A situação
para os produtores de leite em todo o Brasil continua cada vez mais crítica,
pois além dos preços de leite pagos a eles estarem caindo, as importações
principalmente da Argentina e Uruguai, continuam acontecendo. Segundo o MAPA
(Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), somente no primeiro
semestre de 2023 o Brasil importou mais de 1 bilhão de litros de leite, 300%
mais que o total importado no mesmo período de 2022. Em valores, as importações
de produtos lácteos (leite, creme de leite e laticínios, exceto manteiga ou
queijo) de países do Mercosul já somam 520 milhões de dólares, de janeiro a
julho de 2023.
As entidades ligadas à cadeia
produtiva do leite têm se manifestado fortemente pressionando o governo federal
para que tome medidas concretas para resolver essa situação, que já está
ficando insustentável para os produtores de leite, na sua maioria os pequenos e
médios, que produzem a maior parte do leite no Brasil. Essa crise histórica
pode trazer reflexos econômicos negativos não só para os produtores rurais,
como também para toda cadeia produtiva, composta pelos fornecedores de insumos,
laticínios, transportadores, prestadores de serviço e muito mais.
Maior produtor de leite do
mundo com 34 bilhões de litros por ano, o Brasil tem sua produção espalhada em
praticamente todo país, com presença em cerca de 98% dos municípios
brasileiros, ou seja, tem uma enorme importância econômica e social em cada
canto do Brasil, principalmente no interior, onde estão as propriedades rurais.
Caso esse momento de dificuldade persista, temos um risco eminente de pessoas
saindo do campo e vindo para a cidade, o que poderá gerar problemas sociais sem
precedentes.
E aqui em nossa região, Alto
Paranaíba, já temos vários produtores de leite encerrando suas atividades,
vendendo suas vacas leiteiras e se não tiverem outra possibilidade de renda?
Algumas agroindústrias já estão deixando de fazer as rotas mais longe para
recolher o leite nas fazendas, devido à concorrência com outras empresas que
estão importando leite a custos muito menores. E esse produtor que não terá seu
leite recolhido, o que fará com ele? De onde virá sua renda? Imaginem quantas
famílias dependem dessa atividade, sejam patrões ou empregados? A estimativa é
que a atividade leiteira seja responsável por 4 milhões de empregos diretos e
12 milhões de empregos indiretos, com produção de leite em 98,8% dos municípios
brasileiros, tendo a predominância de pequenas e médias propriedades.
Realmente, estamos vivendo um
momento crítico na pecuária de leite, em que as entidades como Sindicatos
Rurais, Federações de Agricultura, Associações de Classe e Cooperativas têm se
manifestado perante o Governo Federal para que tome medidas urgentes e
resolutivas para amenizar a crise atual. Portanto, caso essa crise no setor
leiteiro não seja resolvida o quanto antes, corremos o risco de um problema
social enorme, com abrangência em todo Brasil, pela grande capilaridade da
atividade leiteira pelo interior do país.
Por tudo isso, se torna urgente
que o governo federal tome medidas imediatas em relação a essas importações de
lácteos, pois os produtores de leite, que trabalham o ano inteiro para produzir
o nosso leite de cada dia, não suportam mais essa situação. O governo precisa
desenvolver imediatamente um plano que proteja a cadeia produtiva do leite e
estabeleça barreiras para regular a importação do leite de outros países, que
são altamente subsidiados. Vamos torcer para que as ações sejam tomadas o mais
breve possível, para o bem dos produtores de leite e de toda população, pois
dependendo do que acontecer num futuro próximo, essa conta será também para
nós, consumidores.
Fonte: Patos Notícias