O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu
uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São
Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são
“seres invisíveis, sem nome”.
Em sua dissertação de mestrado, pela USP, publicada em 2008, conseguiu
comprovar a existência da “invisibilidade pública”, ou seja, uma percepção
humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde
enxerga-se somente a função e não a pessoa.
Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de
R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua
vida: “Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode
significar um sopro de vida, um sinal da própria existência”, explica o
pesquisador.
Por Conti outra