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O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, sinalizou nesta
terça-feira ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) sobre eventual
convite para chefiar o Ministério da Justiça ou para integrar o Supremo
Tribunal Federal (STF). Em nota oficial, o magistrado declarou que "caso
efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e
reflexão".
"Sobre a menção pública pelo sr. presidente eleito ao meu nome para
compor o Supremo Tribunal Federal quando houver vaga ou para ser
indicado para Ministro da Justiça em sua gestão, apenas tenho a dizer
publicamente que fico honrado com a lembrança. Caso efetivado
oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão",
afirmou Moro.
A interlocutores próximos, Moro tem dito que se, de fato, for
convidado para o Ministério da Justiça, vai inicialmente conversar com
Bolsonaro para identificar "convergências importantes" e "divergências
irrelevantes".
O juiz da Lava Jato acredita que no Ministério da Justiça poderia
adotar "boas iniciativas". Depois, eventualmente, seguiria para o
Supremo, quando surgisse uma vaga na Corte máxima.
Na segunda-feira (29) em entrevistas concedidas ao SBT e ao Jornal
Nacional, da TV Globo, Bolsonaro afirmou que pretende convidar Moro para
a pasta da Justiça em seu futuro governo ou ainda para ocupar uma vaga
no Supremo.
"Pretendo conversar com ele (Moro) para ver se há interesse da parte
dele", disse Bolsonaro em entrevista ao SBT. "Se eu tivesse falado isso
antes (na campanha) soaria como oportunismo."
Ao Jornal Nacional, o presidente eleito disse que Moro é um "grande
símbolo" da luta contra a corrupção. "Poderia ser ministro da Justiça
ou, abrindo uma vaga no STF, (escolher) a que achar que melhor poderia
contribuir para o Brasil". Aliados de Bolsonaro já haviam dito que Moro
era cotado para ocupar futura vaga no STF. Esta é a primeira vez que o
nome do juiz federal é citado como possível ministro.
Aliados de Bolsonaro dizem que a indicação de Moro para o Ministério
da Justiça seria um atalho necessário para ele chegar ao Supremo. Um
juiz de primeiro grau nunca foi alçado diretamente a ministro da Corte.
Esses interlocutores citam como exemplo o ministro Alexandre de
Moraes. Antes de assumir a Corte, o advogado foi ministro da Justiça no
governo Temer e Secretário de Justiça de São Paulo. O ministro Dias
Toffoli, atual presidente do Supremo, também passou por um cargo
relevante antes de ser indicado para a Corte. Toffoli foi Advogado-Geral
da União, assim como o ministro Gilmar Mendes.
Confira a nota de Moro:
"Nota oficial
Sobre a menção pública pelo Sr. Presidente eleito ao meu nome para
compor o Supremo Tribunal Federal quando houver vaga ou para ser
indicado para Ministro da Justiça em sua gestão, apenas tenho a dizer
publicamente que fico honrado com a lembrança. Caso efetivado
oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão.
Curitiba, 30 de outubro de 2018.
Sergio Fernando Moro, Juiz Federal"
Por Agência Estado